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COVID-19 | Lurdes presente: terceirizada que adquiriu problemas respiratórios na Unicamp morre por Covid

Na semana do 8 de Março, a Unicamp revela qual lugar reserva para a massa de mulheres negras que garante o seu funcionamento. Lurdes presente!

terça-feira 9 de março de 2021 | Edição do dia

Nas semanas em que, por responsabilidade de Bolsonaro e seu negacionismo, Mourão e todos os representantes do regime do golpe, batemos recordes de mortes, uma ex-trabalhadora Funcamp, negra, faleceu no último dia 7, vítima da Covid-19.

Lurdes foi uma das demitidas Funcamp na pandemia. Trabalhava na creche, que fechou, há anos, transferida após adquirir problemas respiratórios no Restaurante Universitário da Unicamp, segundo denúncias de outros trabalhadores.

Como chegamos a denunciar aqui, enquanto a Funcamp ameaçava colocar centenas de famílias dos bandejões nas ruas em 2019, as trabalhadoras relatavam as mais diversas condições precárias de trabalho no Restaurante Universitário, onde uma enorme parcela da comunidade acadêmica se alimenta.

A intoxicação de Lurdes teria sido causada pela utilização de um decapante, isto é, um removedor de limpeza de alumínio, aço carbono e inox. Seu uso exige proteção, pela possibilidade de contaminação respiratória.

Na pandemia, mais uma vez, a Funcamp demonstrou que não liga para as vidas das famílias que ficaram sem sustento em meio à crise sanitária, demitindo as trabalhadoras da creche. Em seguida, cortou salários pela via da MP da Morte.

Essa situação toda revela mais uma vez que a crise sanitária não afeta toda a sociedade da mesma maneira. Mulheres que entregaram a vida ao trabalho, trabalho que danificou gravemente sua respiração, trabalhadoras que passaram fome em um momento de exposição a doenças, trabalhadoras que tiveram que buscar outros meios de se sustentar. A Covid-19 afeta majoritariamente essas vidas.

Por isso, dizemos Lurdes presente! Agora e sempre em cada uma de nossas lutas! Expressamos toda a solidariedade do Esquerda Diário e do grupo de mulheres Pão e Rosas à família e aos amigos de Lurdes.

Precisamos enfrentar esse projeto de universidade, mantenedor da terceirização e do desprezo pelas vidas negras, que vai se coroar ainda mais nesta semana, com a consulta anti-democrática à nova reitoria, na qual terceirizadas como Lurdes nem mesmo têm voz. Enquanto isso, professores que mantêm e controlam os negócios da Funcamp têm 3 vezes o poder de voto.




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