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AJUSTE FISCAL | Lula defende cortes, Dilma e Renan o “bolsa família”

Nesta quarta-feira (21), declarações públicas de Lula, no Piauí, de Dilma, nas redes sociais e de Renan Calheiros (PMDB) mostraram discurso ambíguo, do tipo “morde e assopra”. Mais do que força de expressão a ambiguidade expressa a estratégia lulista de um discurso “PT popular”, para convencer os trabalhadores e os pobres (que se afastam de forma histórica deste partido) de que devem apoiar o ajuste a serviço dos ricos.

quinta-feira 22 de outubro de 2015 | 02:38

Após declaração de Ricardo Barros (PP-PR), da base aliada ao governo, rapidamente a presidente Dilma, assim como Renan Calheiros (parte do governo pelo PMDB), tiveram de fazer declarações. "Não podemos permitir que isso aconteça. Estou certa que o bom senso prevalecerá na destinação de recursos ao programa", disse Dilma em sua conta do Twitter. Já Renan disse que o ajuste é importante para equilibrar as contas públicas, mas não se pode permitir que ele cobre a conta de quem "efetivamente não pode pagá-la".

As declarações seguem o cálculo de Lula e, por ação deste, de todo o governo, de que seria necessário reverter a sequência de más notícias para os trabalhadores e para o povo que o governo vem proporcionando desde o começo do ano. Os cortes orçamentários e de investimentos são sensíveis a todos e atingem de maneira dramática à educação, a saúde, direitos como o seguro desemprego (com a extensão do prazo mínimo para o trabalhador estar apto) e o próprio salário, com o chamado Programa de Proteção ao Emprego, que na verdade diminui o salário. Além disso, os índices de desemprego, endividamento das famílias e inflação atingem níveis não vistos há décadas.

Por isso, neste marco, e após as Jornadas de Junho de 2013, se escancararam as alianças do PT com os setores da direita histórica do país, com os símbolos da indicação de Joaquim Levy e da recente reforma ministerial pró PMDB, assim como os direitos que os governos de Lula e Dilma negociaram na última década, como a precarização do trabalho e a terceirização que fizeram crescer muito.

Quando estava “estável” a situação econômica isto passava desapercebido, mas com a crise e a saída semelhante entre o “programa” de ajustes petista e o historicamente defendido pela oposição de direita, como o PSDB, com privatizações e ataques trabalhistas, a crise do PT se aprofundou e seu caráter de “partido dos ricos” e de “corruptos” se tornou mais claro para muitos.

Lula diz que é preciso fazer cortes

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que é preciso "brecar" gastos quando "perdemos a conta". "É preciso melhorar, sim, e é preciso fazer cortes para não quebrar", afirmou em discurso ao receber o título de cidadão piauiense e teresinense, nesta quarta-feira, 21, na Assembleia Legislativa do Piauí.

Apesar de parecer ter defendido, nos bastidores, a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, principal defensor do ajuste fiscal, Lula reconheceu a importância do papel do ministro, também ex-integrante do governo Fernando Henrique Cardoso. "Isso a gente faz na casa da gente. Gastou um pouco demais? Perdeu a conta? Tem que brecar. Ou a gente faz isso, ou quebra de vez", afirmou, sem dizer quem “breca” (os trabalhadores) e quem “gasta demais” (os empresários e os ricos) com os cortes.




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