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CORONAVÍRUS | Luciano Hang, o "véio da Havan", minimiza vírus e defende corte de salários para preservar economia

terça-feira 24 de março de 2020 | Edição do dia

Segundo relato de funcionários divulgados pelo Diário do Centro do Mundo, Luciano Hang, também conhecido como véio da Havan, empresário que está na lista das pessoas mais ricas do Brasil e dono de uma das maiores lojas de departamento, está seguindo a mesma linha anticiência e negativista bolsonarista para manter seus lucros.

O empresário neoliberal que possui uma fortuna reconhecida de 2,2 bilhões de dólares (9,1 bilhões de reais) vem ameaçando e demitindo funcionários que não compartilham de sua política reacionária ou simplesmente porque suas lojas foram obrigadas a fechar e os funcionários não podem ir trabalhar obrigados por ele.

O veio da Havan fez um vídeo ao vivo no Facebook rechaçando medidas de quarentena tomada pelo governo, que levou ao fechamento de uma loja sua em Santa Catarina, ameaçando demitir os funcionários e dizendo que o vírus não é uma ameaça real, e chegando a dizer que o Brasil não irá virar a Itália apenas porque a densidade demográfica é menor, como se o sistema de saúde e as condições de vida dos trabalhadores não fossem importantes. Além disso, também alegou que é um absurdo as medidas de quarentena que está sendo proposto porque o pico da doença só vai começar mais pra frente, segundo ele, quando começar a esfriar, e que, esse período só vai servir para as empresas perderem muito dinheiro, que fará muito mais mal no futuro com o prejuízo que elas terão do que parar só quando chegar o pico da crise de saúde.

“Se perder o emprego, pode demorar de cinco a dez anos para conseguir um novo. Para mim, Luciano, é muito simples”

Os funcionários relatam que estão sendo obrigados a trabalharem mesmo sem transporte, sendo aconselhados a procurarem caronas. Alguns setores são obrigados a trabalhar em salas sem janelas e com muitas pessoas, que ficam aglomeradas em uma distância de menos de um metro. A gerente da telecobrança ainda disse em reunião que os trabalhadores deveriam seguir a regra do patrão, não as diretrizes governamentais, pois é ele quem paga seus salários.

Desequilibrado e extremamente autoritário, o burguês manda os funcionários fazerem o que ele quer e a hora que ele quer, não importa se é feriado, final de semana e nem se o funcionário está de férias. Segundo um empregado do marketing, ele faz posts, compartilha nos grupos e obriga todos os funcionários a compartilharem. Além disso, ele também procura os perfis dos funcionários nas redes sociais que denunciam suas atrocidades em nome do lucro para demiti-los, alegando “‘denegrir’ a imagem da Havan”.

Esse negacionismo e autoritarismo frente ao vírus serve apenas para o empresário tentar manter seu lucro a qualquer custo, seja pela via de deixar os funcionários trabalhando sem nenhuma medida de saúde para continuar as vendas, seja demitindo pessoas que denunciam as atrocidades (para não gerar revoltas dentro da empresa), seja demitindo para não pagar funcionários enquanto estão em quarentena, seja postando vídeos desinformativos para tentar propagar suas fake news.

Eu acho que tem que liberar FGTS para todos os trabalhadores. Acho que podem reduzir os salários, mas desde que permaneçam com os colaboradores depois.

Medidas como essas, que são tomadas de forma parecida pelo governo Bolsonaro, servem apenas para fazer que quem pague com a crise do coronavírus seja a classe trabalhadora. O governo já apresentou algumas medidas, como um auxílio aos trabalhadores informais de 200 reais (o que não dá para comprar nem meia cesta básica na maioria dos estados), a implementação de uma Medida Provisória, que adiantam férias e outros direitos dos trabalhadores, além da tentativa de implementação de um artigo nessa MP que permitiria aos patrões a suspensão dos contratos durante 4 meses, onde os trabalhadores não receberiam. Enquanto isso, a PEC do Teto de Gastos para saúde e educação e as grandes fortunas continuam intactas.

É necessário a imediata revogação da PEC para ampliação do número de leitos, contratação de mais funcionários da saúde, compra de equipamentos de proteção, investimento em pesquisas para a contenção da doença e testes massivos para a população, para ter o maior controle dos casos. Além disso, também é necessária a taxação das grandes fortunas para esta ser usada a serviço da população, junto com os meios de produção sob controle dos próprios trabalhadores, para que sejam eles que decidam a partir das reais demandas e problemas o que é necessário ser feito. É urgente um sistema único de saúde 100% estatal e sob controle dos trabalhadores da saúde, que são os verdadeiros heróis da classe trabalhadora.




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