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BREXIT | Líderes de extrema direita exigem referendos sobre permanência na UE

A Frente Nacional da França, a Liga Norte da Itália e líderes de partidos racistas e xenófobos da Holanda, Áustria, Alemanha e Dinamarca fazem exigências de referendos como o ocorrido no Reino Unido.

sexta-feira 24 de junho de 2016 | Edição do dia

O partido francês de extrema direita, Frente Nacional de Marie Le Pen, solicitou, depois dos resultados do referendo do Reino Unido, um referendo sobre a permanência da França na União Européia.

Qualificando a União Européia como cada vez mais “antidemocrática”, a Frente Nacional se pronunciou por meio de uma mensagem publicada em sua conta oficial do Twitter que o Reino Unido “viverá bem” depois de seu divórcio do bloco europeu. “Vitória para a liberdade!”, disse a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen. “Agora temos que fazer o mesmo referendo na França e em (outros) países da UE”.

O vice-presidente do partido, Florian Philippot, também aplaudiu o resultado do referendo britânico. “A liberdade dos povos sempre ganha ao final! Bravo pelo Reino Unido!”, escreveu. “Nossa vez agora #Brexit #Frexit”.

Le Pen disse no mês passado, que se ganhasse as eleições presidenciais francesas, logo no ano seguinte iria começar as negociações com Bruxelas sobre uma série de questões referentes a soberania nacional, incluindo a moeda única. Frente a falta de acordos, solicitaria a seus eleitores que respaldassem a saída do país da UE em um referendo.

Da sua parte, Geert Wilders, o político holandês que lidera as pesquisas em seu país com um discurso político abertamente racista antimuçulmano, anunciou em um comunicado que “queremos ser donos de nosso próprio país, de nosso dinheiro, nossas fronteiras e nossa política migratória”.

A população holandesa, acrescentou, “merece também um referendo. Por conseguinte, o Partido para a Liberdade pede uma consulta sobre o ‘nexit’, uma saída da Holanda da UE.

Da mesma forma, na Itália, Matteo Salvini, da organização de direita e anti-imigratória Liga Norte, saudou “os cidadãos livres” que não sucumbem “as chantagens, mentiras e as ameaças”.

Na Áustria, o partido ultranacionalista FPÖ expressou seu contentamento aos britânicos. “O resultado do referendo de ontem aponta o caminho para a democracia e contra o centralismo político, mas também contra a contínua loucura migratória”, opinou em um comunicado o chefe do partido, Heinz Christian Strache.

Segundo o líder de ultradireita, se a UE não inicia um processo profundo de reformas acabará desaparecendo. Strache solicitou a devolução das competências aos parlamentos nacionais, a reforma das instituições públicas e a suspensão do espaço de livre circulação de Schengen.

Declarações parecidas foram feitas pela organização de extrema direita Alternativa para Alemanha (AfD), cujo líder disse em um comunicado que “a saída do Reino Unido da UE é um sinal para o politburo de Bruxelas e seus associados burocratas” e chamou, desta forma, a por um fim ao “delírio centralista”.

Na mesma linha, os ultranacionalistas dinamarqueses, segunda força parlamentar e aliados externos do Governo de minoria Liberal, saudou o triunfo do “brexit” no Reino Unido. “Felicitações aos britânicos, que tomaram sua decisão. A conclusão é clara: a UE subestimou completamente o ceticismo da população. A UE retirou em demasia o poder dos estados nacionais e agora paga o preço”, assinalou o líder do ultranacionalista Partido Popular Dinamarquês, Kristian Thulesen Dahl.




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