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MÃOS SUJAS DO MBL | Líder do MBL responde a processos e não paga o que deve

Estava aqui pensando: se o MBL resolver se legalizar como partido bem que sua legenda poderia ser 171. Sem causar surpresa nenhuma em ninguém, a UOL noticiou nesse último final de semana que um dos líderes do Movimento Brasil Livre, Renan Santos (como é mais conhecido, já que em cada situação ele assina com um nome diferente como se tivesse “algo a esconder”), estaria respondendo a mais de 60 processos em seu nome e das empresas de que é sócio.

Flávia ToledoSão Paulo

segunda-feira 9 de maio de 2016 | Edição do dia

Acompanha o lamaçal: Renan e familiares estão envolvidos em pelo menos 16 processos na área cível, ou seja, processos de cobrança de dívidas que o Poder Judiciário dão como certas de serem deles e que somam mais de R$3,4 milhões. Basicamente, os caras não pagaram fornecedores nem empréstimos de bancos, fecharam empresas “de forma fraudulenta” (não é novidade pra ninguém que empresários fecham empresas do nada e abrem novas como se trocassem de roupa e quem paga a conta mesmo são os funcionários, que ficam sem receber seus direitos trabalhistas) e simplesmente somem quando oficiais de Justiça correm atrás de recuperar bens.
Além disso, a empresa Martin Artefatos de Metal, da qual Renan é sócio, é ré em 45 processos trabalhistas em São Paulo e Campinas, e suas condenações já ultrapassam R$1,5milhão. E Renan mal pode se esconder em paz de todas essas acusações, já que a sede do MBL, que fica junto da produtora NCE Filmes, dos irmãos de Renan, está sofrendo uma ação de despejo por parte do proprietário do imóvel, que foi sumariamente ignorado pela produtora e pelo MBL (que afirma no site que essa é sua sede nacional) ao pedir o imóvel de volta em outubro do ano passado, entrando com uma ação.
(Ps.: Renan, Kim e companhia podem ficar tranquilos nesse quesito porque, falcatruas à parte, não há risco algum de eles serem retirados de lá como os secundaristas são retirados de suas escolas ou moradores são expulsos de suas casas por conta, por exemplo, de eventos esportivos. Contra corruptos não se usa a violência policial que se usa em manifestações e periferias do Brasil.)
Os processos têm como base dívidas fiscais, fraudes contra credores e dano moral. Em nove casos já se chegou ao ponto de penhora de bens mas… não há nada em nome de nenhum dos sócios. Um carro da empresa que foi abandonado em um estacionamento já gerou uma dívida de R$20 mil, e ele próprio já está envolvido em mais 17 processos trabalhistas e um por sonegação fiscal, sem poder mais circular. E ninguém encontra os condenados para que paguem.
E não acaba por aí, tem mais lama. Sabe aquela história de que “o MBL sobrevive de doações, geradas em um processo idôneo”? Então, essas doações ao MBL são realizadas não em uma conta do movimento, que sequer CNPJ tem, mas em conta da irmã de Renan Santos, envolvida em dois processos por dívida que já somam R$10 mil. É pra Stephanie, um exemplo de idoneidade como o irmão, que vão todas as doações.

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Nada que foi denunciado é capaz de gerar surpresas. Inclusive, estranho seria se pessoas como Renan, Kim Kataguiri e companhia não estivessem envolvidos em nenhum escândalo. Kim, figura mais política do MBL, deixa bastante claro qual é a cara da agenda política e econômica que o Movimento defende para o Brasil ao se aliar às bancadas do Boi, da Bala e da Bíblia, como noticiamos nesse diário, os setores mais reacionários, anti juventude e anti operários que existem na política brasileira.
E agora Renan, o mais velho dos líderes do Movimento, aos 32 anos, mostra qual é a cara desse empresariado que apoia essa política: é a cara corrupta, que se nega a pagar direitos trabalhistas, que sonega imposto de renda, que não coloca nada no próprio nome pra não deixar rastros…
Não surpreende, mas é no mínimo irônico que as grandes vozes do “combate à corrupção” não apenas sejam aliados ao que há de mais corrupto como sejam eles próprios corruptos de marca maior. Renan, inclusive, não aprendeu sozinho. Iniciou sua vida política no PSDB, sendo filiado ao partido. E hoje diz que suas dívidas e os processos que carrega nas costas são frutos apenas da “dificuldade de ser empreendedor no Brasil”.
Difícil é ser trabalhador nesse país, tendo seus direitos atacados diariamente e tendo de lidar com empresário pilantra que não paga o que deve a seus funcionários, que some pra não pagar pelas suas condenações. Difícil é ser negro e pobre, que por andar com produto de limpeza perto de uma manifestação vai parar na cadeia por tempo indeterminado, enquanto os figurões que são comprovados ladrões e corruptos simplesmente dormem tranquilos à noite. Isso sim é difícil.
Mas como já dissemos antes, as máscaras sempre caem. E estão caindo cada vez mais rapidamente as máscaras do MBL. E ganha força a necessidade de nós, a quem esse jogo sujo nunca serviu, façamos com nossas mãos a nova política de que de fato precisamos.




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