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GREVE NA USP | Lições da greve dos trabalhadores da USP

No dia 22 de junho os trabalhadores da USP reunidos em assembleia votaram por encerrar sua greve que teve início no dia 7 deste mês.

quinta-feira 28 de junho de 2018 | Edição do dia

Foto: Ivane Souza - Sintusp

A greve dos trabalhadores da USP se iniciou como parte de uma mobilização estadual, das três universidades estaduais paulistas, lutando contra o arrocho salarial, contra as perdas salariais, por permanência estudantil e mais verbas à educação pública, mas também contra o desmonte dos Hospitais Universitários da Unicamp e USP que prejudicam a formação dos estudantes da área da saúde e o atendimento à população. Sobre a mobilização de conjunto, já apresentamos algumas reflexões e apontamentos em outros artigos. Aqui vamos nos concentrar brevemente nas lições da greve dos trabalhadores da USP, para fortalecer a luta da nossa categoria e debater com toda a vanguarda a necessidade de ter uma estratégia para vencer. Nesta luta o Movimento Revolucionário de Trabalhadores, que compõe como minoria a Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da USP, atuou fortemente com a juventude Faísca lado a lado em cada mobilização prestando apoio e batalhando pela organização dos estudantes em aliança com os trabalhadores, tendo que enfrentar todos os entraves do DCE dirigido pelo PT que se negou a mobilizar de forma massiva os estudantes.

Sobre a luta dos Hospitais Universitários, veja aqui:

USP: trabalhadores do HU em greve exigem que Márcio França aprove verba de contratação para reabrir atendimento

Unicamp: o reitor Knobel e PSB de França querem destruir o Hospital e o CAISM

A greve se encerrou com um acordo com a Reitoria, conquistado a partir da luta dos trabalhadores, que conseguiu arrancar um reajuste no Vale Alimentação, congelado há 5 anos, no valor de R$ 140,00 e o compromisso da Reitoria de negociar os dias descontados da greve de 2016 caso haja um parecer favorável do Tribunal de Contas. Entretanto, os outros pontos do acordo apresentado pela Reitoria não passavam de declarações “em palavras” do Reitor e seus procuradores, declarações estas que não respondem às justas reivindicações dos trabalhadores tais como: por contratação via USP no Hospital Universitário, pela reabertura da Creche Oeste e pelo fim imediato dos casos de assédio moral. O ponto em que tratava da garantia de nenhuma punição aos grevistas, apesar de batalharmos pela formulação apresentada pelo movimento, não foi aceita pela Reitoria. Além disso, a Reitoria impôs o condicionamento do pagamento dos dias parados à reposição de horas em greve, em um claro ataque ao pleno direito de greve, se negando a aceitar a reposição do trabalho acumulado conforme proposto pelo movimento.

Ata da reunião entre a Comissão de Negociação eleita pelos trabalhadores: Magno de Carvalho, Neli Wada, Marcello Pablito e Rosane Vieira com a Reitoria no dia 21/06

Este acordo está longe de ser uma “grande vitória” do movimento, como afirmam alguns setores da Diretoria do Sintusp e como saiu no Boletim do Sintusp do dia 22/06 em uma atitude completamente anti-democrática, onde uma parte da Diretoria impôs em boletim do Sindicato apenas a sua visão da greve de que “foi uma grande vitória”. Ao contrário disso, esse acordo é justamente a expressão de uma greve que não teve a força suficiente para impor suas próprias demandas e proteger a vanguarda de retaliações da Reitoria. O nosso ponto de vista foi defendido em dezenas de reuniões em unidades de ensino e de administração da USP, antes e durante a greve, onde batalhamos junto aos companheiros do Movimento Nossa Classe, pela necessidade de construir uma forte greve que lutasse não somente pelas nossas demandas mais sentidas e imediatas, mas que levantasse também com muito peso a defesa da educação pública e da reabertura do Hospital Universitário. Para conquistar o apoio popular e não fazer uma greve corporativa era fundamental denunciar os privilégios da burocracia acadêmica e administrativa da USP encastelada na Reitoria e no Conselho Universitário – cujos super-salários foram aumentados drasticamente pela Assembléia Legislativa de São Paulo, com votos inclusive dos deputados do PT e do PSOL e absurdo apoio do Fórum das Seis – e batalhando por mais verbas pra educação, como parte da luta por uma Estatuinte Livre e Soberana que dissolvesse o Conselho Universitário e a Reitoria e que pudesse decidir os rumos da universidade para que ela esteja realmente a serviço dos trabalhadores e do povo pobre, ou seja, a maioria da população.

Entretanto, a batalha por uma greve não corporativa e por uma greve forte se chocou diretamente com a tradição defendida por praticamente todas as correntes[1] que compõe a Diretoria do Sintusp (Coletivo Piqueteiros e Lutadores, Transição Socialista, 1º de maio-PSOL) e também pela Oposição (MES e outros setores do PSOL) que se unificaram na defesa de uma greve “independente de sua força na base” porque é “preciso fazer greve sim ou sim” mesmo que seja fraca. Ao contrário deste método ineficaz e inofensivo pra enfrentar a Reitoria e o governo do estado, nós batalhamos pra convencer a combativa vanguarda de trabalhadores da USP de que seria necessário tirar lições profundas do nosso passado de luta, em especial da greve de 2016, para atuar melhor no presente e preparar nossa luta futura pra que realmente possamos vencer.

Nossa batalha antes e durante a greve sobre como deveria se dar o início de sua construção passava por uma análise do ponto de vista da política nacional oposta à da maioria das correntes que compõem setores da oposição e a Diretoria do Sintusp: a situação nacional brasileira foi marcada por um golpe institucional que veio pra fazer ataques ainda mais profundos do que o PT vinha fazendo em seus governos. Os anos de crescimento econômico, inclusive internacional, foram a base da política de conciliação de classes do governo do PT, com sua ligação com os sindicatos de massas através da burocracia sindical da CUT e da CTB. Ainda que não tenha deixado de se combinar com a repressão, havia maior margem para a burguesia seguir aumentando seus lucros abafando o movimento sindical com concessões e reajustes em geral acima da inflação, e as lutas mesmo quando isoladas frequentemente arrancavam conquistas. Quando a crise econômica chega ao Brasil, a burguesia passa a exigir ataques mais duros e num ritmo mais intenso e o país é acometido por um golpe institucional orquestrado pela direita, é preciso concluir que as condições políticas não são mais as mesmas. Vemos se desenvolver uma profunda crise política e econômica que por um lado fragmenta a burguesia, mas por outro a unifica em torno do objetivo de atacar mais decididamente as conquistas sociais e dos trabalhadores. Assim, ganha ainda maior importância a preparação das condições para a luta vencer e para impedir que o inimigo reprima e desorganize a vanguarda, o que exige batalhar não só pelo apoio passivo, mas pela participação ativa de setores mais amplos dos trabalhadores. Este ponto de vista é impossível de ser compartilhado por correntes que defenderam o golpe institucional seja de forma descarada nas manifestações do MBL (Transição Socialista), seja de forma envergonhada com a consigna “Fora Todos” (PSTU, 1º de maio e Coletivo Piqueteiros e Lutadores) seja pela via da defesa da Lava Jato e de Sérgio Moro como herói brasileiro (MES-PSOL).

Os trabalhadores, por outro lado, expressam de várias formas uma visão mais clara das dificuldades postas na situação. Combinada a uma enorme indignação com a situação do país, a corrupção, os privilégios dos políticos, está a percepção de que a situação econômica vai mal, os governos e a burguesia estão atacando duramente, e as lutas são parciais e defensivas, por manter as condições anteriores e impedir ataques como a implementação da reforma trabalhista nos acordos coletivos, tentativas de implementações parciais da reforma da previdência e não por reajustes acima da inflação do ano ou para avançar em para recuperar as perdas do período anterior. Como vimos durante a greve dos professores e servidores municipais contra a reforma da previdência do ex-prefeito João Dória (PSDB) ou nas manifestações contra a intervenção federal no RJ após o assassinato da vereadora Marielle (PSOL). A questão é justamente batalhar para que essa percepção não leve a recuar sem luta, e sim a perceber que é preciso fortalecer nossa organização para lutar. Mas para uma esquerda que nega essa situação, e delira que “as condições para a luta dos trabalhadores são as melhores em décadas”, é impossível até reconhecer essa postura defensiva entre os trabalhadores, quanto menos dialogar com ela e contribuir para apontar as conclusões corretas.

O vanguardismo característico dos anos de luta do Sintusp em sua combativa história, com erros e acertos, do qual nós somos parte durante os últimos anos, não cobrou seu preço num momento onde a situação econômica levava a burguesia a considerar que, para aprofundar a exploração sobre os trabalhadores, a melhor política era a conciliação de classes como forma de amortizar e frear as lutas dos trabalhadores. Agora, o vanguardismo cobra um preço fatal aos lutadores e lutadoras. Estamos falando da pressão de se acomodar em uma luta minoritária, se contentando em organizar uma vanguarda reduzida, como se a organização de “poucos, porém bons” pudesse substituir a força e a organização de amplos setores dos trabalhadores. Uma vanguarda, que pode até contar com apoio passivo de setores mais amplos, mas que sozinha e separada da batalha por colocar em movimento os setores mais amplos de trabalhadores, ganhando o apoio da população e dos setores oprimidos da sociedade é incapaz de vencer e derrotar seus inimigos, por que simplesmente ignora o componente fundamental para pensar a luta de classes que é a correlação de forças. Nossos inimigos, como a Reitoria e o governo não atuam assim. Analisam suas forças e as nossas para planificar estrategicamente como nos derrotar. Fazer menos que isso é, na prática, não querer vencer.

Na história da luta de classes, onde se enfrentam de dois lados opostos duas classes sociais com interesses opostos e inconciliáveis, em que cada um dos lados busca derrotar o outro para impor a sua vontade se mostrou que seria no mínimo ingênuo subestimar a capacidade e a determinação da burguesia, do Estado e suas instituições de aproveitar a primeira oportunidade para derrotar e, se possível esmagar a organização dos trabalhadores (utilizando-se não apenas das chantagens, de ameaças, mas inclusive da força física e da repressão policial). Para conquistar objetivos muito parciais, é possível que em alguns momentos, por uma combinação de variados fatores e contando apenas com a espontaneidade e o acaso se possa conquistar algo sem requerer uma grande preparação científica. Mas o que a história mostra é que contar com esses fatores e transformar a improvisação e o vanguardismo cego em um método é arriscado e temerário e já cobrou o seu preço na forma de derrotas duríssimas que significaram anos de refluxo, desmoralização e desorganização da vanguarda e, assim facilitando o caminho a que a burguesia conseguisse impor ao conjunto dos trabalhadores os seus ataques. Se preparar para combates de classe, vendo em cada luta uma “escola de guerra” é o que leva os revolucionários a se preparar para os piores cenários, planificando cientificamente cada passo e as táticas adotadas em função de conquistar os nossos objetivos e não se contentando em deixar com que as lutas sejam conduzidas com métodos pouco científicos, improvisados e aventureiros.

Por isso, não basta ser combativo e radical para enfrentar os ataques que estão em curso na USP e nacionalmente. É preciso ganhar setores cada vez mais amplos da classe trabalhadora para a luta, pois são fatores decisivos que podem aumentar as chances de vencer um combate de classes. Por isso, a política do MRT desde o início da mobilização foi batalhar por uma greve forte capaz de derrotar nossos inimigos, ainda que em reivindicações parciais. Defendemos a necessidade da greve em dezenas de reuniões de unidade, batalhando por convencer os trabalhadores a entrar em luta. Entretanto, quando na assembleia de 05/06 os informes da base apontaram que poucas unidades aprovaram a greve, e com reuniões muito pequenas, e mesmo assim foi proposta a deflagração imediata da greve pela maioria da diretoria e da oposição, apresentamos um plano de luta alternativo composto por mais rodadas de reuniões em todas as unidades, paralisações escalonadas e atos que mostrassem a nossa batalha pela educação pública como parte fundamental de ganhar apoio popular para a nossa luta. Esta posição conquistou 1/3 da assembleia em questão, porém foi derrotada, e a partir deste momento o MRT esteve atuando como parte da greve em todas as unidades em que está e para levá-la a unidades onde não está, batalhou para construir a greve defendendo sua massificação sempre alertando os trabalhadores deste debate de estratégias em especial no Comando de Greve que expressa também uma importante conquista de democracia operária na categoria.

Batalhamos pelo aumento da greve e contribuímos para dobrar seu tamanho inicial, nos jogando com todas as nossas forças para convencer cada trabalhador que não tinha aderido à greve a fazê-lo porque só a ampliação da greve minimizaria os riscos que apontávamos e aumentaria a probabilidade de conquistar nossas reivindicações. Participamos de todos os Comandos de Greve ajudando a pensar cada detalhe das ações no sentido de fazer a greve crescer. Colocamos toda nossa força militante, com a participação decidida da juventude Faísca, para que cada ação da greve, cada ato, passeata fosse o mais bem-sucedida possível. Essa mudança numérica se colocava, portanto como a tarefa imediata mais importante para fortalecer o movimento e ampliar sua rede de proteção. O pior cenário seria a estagnação. Nesse sentido, cada novo trabalhador que conseguimos convencer a entrar em greve nos fortalecia. Por outro lado, para impor nossas demandas à reitoria e garantir uma proteção contundente aos trabalhadores em greve, essa mudança quantitativa precisava atingir um grau que a convertesse em uma mudança qualitativa na correlação de forças. O problema é que todas as análises mostravam que esse cenário estava muito longe do horizonte da greve.

Não à toa é sintomático que, ao mesmo tempo em que todas as correntes se unificaram na defesa da deflagração dessa greve sabendo que ela não tinha a condições necessárias para tentar vencer, fantasiando a realidade da própria situação da greve no dia a dia e se negando a analisar sua fraqueza, na hora de defenderem o seu final, buscaram embelezar o acordo de fim de greve, menosprezando os riscos que o acordo não consegue suprir. Esse giro de 180º no discurso confunde a vanguarda e desorienta como encarar as lições da greve, mas é apenas uma outra face irresponsável do vanguardismo desesperado que se nega a fazer da realidade parte de suas análises. Por isso a maioria da Diretoria do Sintusp se unificou com toda a Oposição neste processo para distorcer essa realidade a favor de uma greve “sim ou sim”, e agora, voltam a se dividir com a maioria da Diretoria defendendo que a greve foi uma grande vitória e a Oposição chamando o fim da greve de traição: duas posições equivocadas de uma mesma política vanguardista e aventureira.

Mas justamente o problema é mais profundo. A falta de preocupação por conquistar a maioria da categoria para as nossas lutas se mostrou agora de forma escancarada na deflagração desta greve “mesmo fraca”. Nós opinamos que este problema não se resolve de um dia para o outro. Mas perdemos a oportunidade de - tirando lições profundas da greve de 2016, derrotada por este motivo – fazer um forte exercício na categoria apresentando um plano de luta adequado que pudesse dialogar com a massa de trabalhadores que apoiavam as nossas justas reivindicações e pudessem passar do “apoio passivo” à “participação ativa” sendo parte efetivamente de paralisações e atos, ou atividades nas unidades. Esta luta poderia ter sido um espaço decisivo para tirar lições do passado e aprimorar a luta dos trabalhadores, se preparando seriamente para batalhar pela vitória. Isso significaria uma “revolução” na forma do Sindicato dos Trabalhadores da USP atuar: o que passa neste momento, por exemplo, por dar total centralidade a convencer milhares de trabalhadores da USP a se sindicalizar, para ter um sindicato que faça diferença na luta de classes, que seja uma ferramenta de luta fundamental contra os ataques dos governos e em oposição às burocracias sindicais. Esta campanha de filiação deveria ser o centro da atuação do Sintusp não por um problema financeiro apenas, já que corretamente rechaçamos o burocrático imposto sindical, mas pela estratégia necessária para vencer ganhando a maioria da nossa classe na nossa categoria. O risco para um sindicato de se manter com uma parcela muito minoritária da categoria filiada vai muito além do problema financeiro, está no isolamento, e para ser revertido depende de medidas como essa, mas também de deixar de se conformar com a participação de poucos e o distanciamento da categoria, para buscar uma política em que a maioria dos trabalhadores, e nesse caso inclusive setores amplos da universidade, reconheça o Sindicato como representação dos seus interesses.

Somente assim poderíamos aproveitar inclusive as brechas entre a burocracia universitária e o governo do estado, agora com Márcio França do PSB à frente, que vem apontando políticas diferenciadas de seu antecessor Geraldo Alckmin do PSDB para tentar fazer demagogia que sirva a sua campanha eleitoral - antecipadamente fracassada - para o governo do Estado. Não à toa, justamente o aumento do teto salarial de toda a burocracia universitária trouxe contradições ao CRUESP que sustentou 1,5% de reajuste ao conjunto dos trabalhadores das universidades estaduais e tentou dizer que o aumento do teto não impactaria no orçamento das universidades, somente daqui há 4 anos.

Os trabalhadores, para poder vencer, precisam, em nossa opinião, analisar a situação política nacional e estadual, para pensar a melhor estratégia e entender a correlação de forças. O principal erro que se poderia cometer frente a tudo isso seria não lutar, abrir mão das batalhas necessárias ou então considerar que as vitórias são garantidas. Mas o erro que se vem cometendo na categoria e que teve seu ápice em 2016 – quando a greve foi derrotada e mais de 400 trabalhadores tiveram seus salários cortados – é justamente o erro de abrir mão da análise da situação (se negando inclusive a aceitar a realidade concreta da quantidade de pessoas em greve!) para deflagrar uma greve “a qualquer custo” independente de sua força. Esta é uma política inconsequente e que não prepara os trabalhadores.

Nosso orgulho de militar na categoria, ser parte desta história combativa de tantos anos e nosso reconhecimento da abnegação de dezenas de trabalhadores que encabeçaram o Comando de Greve dos Trabalhadores da USP, nos dá ainda mais responsabilidade de não subestimar nenhum trabalhador e discutir com cada um a necessidade de ser sujeito de sua luta pensando nos mesmos termos que nossos inimigos pensam para nos derrotar: estrategicamente.

Desta greve em nossa opinião temos a possibilidade e a maior necessidade de sairmos com a vanguarda organizada e preparada para enfrentar possíveis retaliações e punições ao direito de greve. Temos neste momento a obrigação de seguir a mobilização, para evitar a ameaça de processos, para defender o pagamento dos salários dos dias parados da greve de 2016 e todas as reivindicações que viemos levantando. Mas temos também a oportunidade de tirar grandes lições desta luta e dar um passo à frente da combatividade e da radicalidade da vanguarda dos trabalhadores da USP e passando a atuar como estrategistas da classe operária, com uma estratégia pra vencer e um programa pra se aliar ao conjunto da população pobre e oprimida, nos dirigindo aos milhares de filhos da classe trabalhadora que são expropriados do direito ao ensino superior através do filtro social do vestibular, que devemos lutar para que não mais exista. Colocamos estas primeiras lições a serviço de ajudar a avançar a nossa categoria. O debate de ideias no movimento operário é a única forma de aprimorar as nossas ferramentas para os ferrenhos combates que virão. A negação da discussão política e da divergência serve somente à burocracia sindical, para impedir que tomemos as rédeas da nossa luta.

Neste caminho, nós, como militantes revolucionários, apresentamos e seguiremos apresentando aos trabalhadores da USP, e de outras categorias nas quais atuamos, nossa luta por enfrentar os mais perversos mecanismos de dominação imperialista e capitalista no nosso país - como é por exemplo a dívida pública, chamando os trabalhadores a enfrentarem esse verdadeiro saque nacional que significa nada menos que o orçamento de 200 universidades como a USP lutando pelo seu não pagamento como um pequeno exemplo da necessidade da classe trabalhadora tomar o destino do país em suas mãos - e chamando os trabalhadores a se organizarem conosco no Movimento Nossa Classe, em torno dessas ideias e objetivos, como parte da apaixonante luta pela destruição deste sistema capitalista construindo uma nova sociedade sem opressão e exploração.

Chamamos todos os trabalhadores e trabalhadoras a debater sobre estas lições.

Nota: [1] Da diretoria do Sintusp somente o PSTU não fez coro com a política de fazer uma greve a qualquer custo, mostrando algum tipo de coerência "local" distinto da sua análise da situação nacional que considera que está em curso uma rebelião da classe trabalhadora e particularmente que ocorreu uma revolução dos caminhoneiros como parte do mesmo processo de "indignação" que destituiu Dilma Roussef - uma vez que o PSTU não somente apoiou o golpe institucional como defende a prisão arbitrária de Lula. Só assim se entende como, na assembleia que deflagrou a greve, o PSTU fez, ao mesmo tempo, uma fala pela Executiva Estadual da Conlutas dizendo que esperava que a greve fosse aprovada na assembleia, e uma fala como parte da diretoria do sindicato defendendo que não era possível aprová-la.




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