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CORRUPÇÃO | Le Monde levanta suspeita de corrupção nas Olimpíadas, “Rio teria trapaceado”

As Olimpíadas no Brasil com 2016 não só deixou um legado de um super investimentos nos jogos enquanto a população sofre com a precarização da saúde, educação e diversas demandas populares, como também há suspeitas de corrupção na escolha do Rio de Janeiro como país sede, conforme o jornal francês Le Monde revelou nesta sexta-feira (3).

sexta-feira 3 de março de 2017 | Edição do dia

O diário Frances afirma que "um grande empresário brasileiro" teria pago cerca de US$ 1,5 milhão ao filho de um integrante do Comitê Olímpico Internacional (COI) durante o processo de escolha da cidade que abrigaria a sede dos jogos. Segundo o jornal o “Rio teria trapaceado”.

Em setembro de 2009, dias antes da eleição do Rio de Janeiro como sede olímpica, segundo o Jornal Le Monde, a holding Matlock Capital Group, nas Ilhas Virgens britânicas, que gerenciaria alguns negócios do empresário brasileiro Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, teria depositado US$ 1,5 milhão ao filho de Lamine Diack, que na época era presidente da Federação Internacional de Atletismo (FIA) e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).

Esse fato gerou desconfiança da integridade do processo para a escolha da cidade sede das olimpíadas, levantando suspeita de compra de votos. “A justiça francesa suspeita de manobras destinadas a comprar votos dos membros do COI. Na França, uma investigação preliminar foi aberta em dezembro de 2015 pelo Ministério Público francês, que trabalhava, há alguns meses, sobre suspeitas de corrupção na cúpula na FIA", reitera a matéria.

Na época a cidade de Madri era a favorita para sediar as Olimpíadas, mas, no terceiro turno da eleição, após a eliminação de Tóquio, a capital fluminense bateu a concorrente espanhola por 66 votos contra 32. Nesse momento o governador de Tóquio, Shintaro Ishihara, afirmou haver "uma lógica invisível colocada em prática para atribuir a sede dos Jogos Olímpicos ao Rio".

Mais um fato que corrobora com a tese é que na mesma época o governador de Tóquio também afirmou que Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil no momento, teria viajado a Copenhague durante as eleições e feito promessas "ousadas" a membros africanos do COI. Em 2015 foram abertas suspeitas de corrupção na FIA pelo Ministério Público francês.

Além da transferência de US$ 1,5 milhão de dólares à sociedade Pamozi Consulting, de Papa Massata Diack, também houve outra transferência de US$ 500 mil, efetuada para uma conta de Diack na Rússia.

Na época o Brasil era chamado de “Brasil Potencia” tendo o Rio de Janeiro como das principais vitrines nacionais, a ideia de sediar os jogos era um investimento da burguesia nacional para se localizar como potencia frente aos países no mundo, assim como criar uma série de negócios lucrativos com os jogos.

Segundo o Le Monde, o bilionário brasileiro então proprietário do Grupo Facility, tinha "excelentes relações", com Sérgio Cabral, governador do Rio de 2007 a 2014. Cabral foi preso em novembro de 2016 pela operação Lava Jato acusado de outros crimes.

Esse fato só alenta o fato da série de esquemas de corrupção, suborno e desvio de verba por parte dos empresários e políticos, para garantir interesses próprios. As Olimpíadas gerou uma série de criticas pelo super financiamento para os jogos enquanto o Brasil passa por uma dura crise econômica e planos de ajustes contra os trabalhadores e a população que vem precarizando ainda mais as demandas sociais.




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