sábado 17 de outubro de 2015 | 02:36
Nessa sexta feira, 16, foi escancarada uma nova denúncia contra o grupo Odebrecht, incluindo o próprio Marcelo Odebrecht, na Operação Lava Jato, por corrupção ativa. Esses crimes de corrupção estão ligados ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e à Refinaria Abreu Lima, que são obras que estão ligadas ao abastecimento, serviço, exploração e produção de gás e energia da Petrobrás. Os acusados são, além de Marcelo Odebrecht, Márcio Faria, Rogério Araújo, César Rocha, Pedro Barusco e Renato Duque.
Como pode-se ver aqui, o escândalo do Lava-Jato cada vez mais é jogado no ventilador. A Odebrecht está ligada a um esquema de propina nas obras da Petrobrás, o chamado Lava-Jato.
Desde janeiro, essas obras foram paralisadas pelo Lava-Jato e isso envolve milhares de trabalhadores terceirizados, que foram demitidos pelo término das obras, valendo ressaltar também as condições precárias que esses trabalhadores se encontravam enquanto as obras ainda não tinham sido paradas. Acidentes de trabalho e mortes eram recorrentes. Ou seja, a precarização extrema se dava já pela soma do trabalho contratado por empresas terceirizadas com as condições desses trabalhadores, cujos direitos de segurança de trabalho não eram garantidos nem pela empresa terceirizadora, nem pela Odebrecht e nem pela Petrobrás, como pode-se constatar nessa entrevista com um trabalhador demitido da Comperj, de junho de 2014.
Assim, fica escancarado quais são os objetivos das empreiteiras e do governo com obras como do Comperj e da Abreu Lima. O objetivo das empresas é aberto para quem quiser ver: garantir seus lucros em cima de trabalho precarizado, quanto mais precarizado, mais dinheiro para o bolso do patrão. Já o objetivo do governo, seja o PT, PMDB, PSDB, é garantir os lucros das grandes empreiteiras. Neste caso, PT e PP estão mergulhados em lavagem de dinheiro, propina, ou seja, corrupção ativa, inclusive estavam ligados desde quando a licitação da Odebrecht estava em curso para fazer as obras. Ou seja, o PT, enquanto partido burguês, serve para garantir o lucro dos empresários: aqui, especificamente, o lucro de Marcelo Odebrecht nas obras da Petrobrás. O Estado capitalista é o órgão que os capitalistas usam para gerir seus negócios, e a cara desse Estado, hoje, no Brasil é o PT, assim como os demais partidos da ordem, como PSDB, PP, PMDB.
Pode-se ver isso escancarado também a partir do financiamento de campanha. O PT foi o partido mais beneficiado (dentre outros como o PSDB), o que mais recebeu financiamento de empreiteiras, com destaque à Odebrecht. Pelo governo servir para garantir os lucros dos empresários, as empreiteiras têm de garantir que esse governo esteja no poder.
Por fim, não se pode deixar de frisar: o que vai garantir um governo a serviço da classe trabalhadora, sem trabalho precarizado, sem mortes, sem acidentes, sem dinheiro no bolso dos grandes empresários é a classe trabalhadora organizada em combate ao governismo, em combate ao petismo, na construção de um terceiro campo de força. Sem Lula, sem Dilma, sem Cunha, sem Bolsonaro. Por um governo que não seja dos patrões, mas sim, com a classe trabalhadora, na linha de frente contra a burocracia sindical, contra o governo, para barrar o ajuste fiscal, pelo fim dos privilégios dos políticos e para que os ricos e empresários paguem pela crise.
