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ARGENTINA | Latam Argentina anuncia seu fechamento e quer demitir mais de 2000 trabalhadores

O fato foi confirmado por Roberto Alvo, CEO do grupo, que botou a culpa da decisão na pandemia e na oposição dos trabalhadores a terem seus contratos suspensos e seus salários cortados. Entre efetivos e terceirizados, são mais de 2000 trabalhadoras e trabalhadores que já discutem medidas para impedir a perda dos postos de trabalho.

quinta-feira 18 de junho de 2020 | Edição do dia

O CEO da Latam Airlines Group, Roberto Alvo, afirmou nesta quarta-feira (17), em uma carta que chegou aos telefones celulares e correios eletrônicos de todo o pessoal da empresa na argentina (A mensagem está completa abaixo).

“Queridos colaboradores do Grupo LATAM”, inicia ironicamente a mensagem. E informa que, “ em virtude de sua delicada situação atual, Latam Airlines Argentina cessa suas operações, tanto de passageiros como de carga, por tempo indeterminado”

O CEO declara que “esta notícia afeta unicamente” a filial deste país e que “ as operações que as demais filiais do grupo realizavam na Argentina não serão afetadas, sendo retomadas quando as restrições sanitárias sejam reduzidas e exista demanda”. O fechamento da Latam Argentina implica na demissão de 1.700 trabalhadoras e trabalhadores.

“Latam Airlines Argentina apresentou no dia de hoje um Procedimento Preventivo de Crise (PPC) no ministério do trabalho da nação argentina, que é o processo legal correspondente neste país”, informa Alvo. E agrega que nesse contexto, “ do impacto que teve a pandemia do Covid-19” na filial argentina “ e a dificuldade de gerar os múltiplos acordos necessários para enfrentar a situação atual configuram um cenário extremamente complexo, em que se torna evidente que não estão dadas as condições para viabilizar a curto prazo e estender a longo prazo as operações da filial de forma sustentável.”, levando a que “ Latam Airlines Argentina deixará de voar de e para 12 destinos domésticos (Buenos Aires, Iguazu, BAriloche, Salta, Tucumán, Mendoza, Córdoba, Neuquén, Comodoro Rivadavia, Río Gallegos, Calafate e Ushuaia), enquanto que os destinos internacionais da filial a Estados Unidos, Brasil, Chile e Peru continuarão sendo operados por outras filiais do grupo, uma vez que terminarem as restrições ditadas pelas autoridades”

“Somos conscientes do grande impacto desta dolorosa porém inevitável notícia” Afirma o CEO sem nenhuma vergonha, a tempo que diz reconhecer “ o enorme esforço e o compromisso de todas as pessoas na filial ao longo dos anos, eles que, desviando de todo tipo de obstáculo, marcaram a conectividade aérea do país, oferecendo um serviço de excelência e apoiando o desenvolvimento econômico e produtivo de onde a filial teve operações”

Alvo finaliza a carta agradecendo “profundamente o apoio recebido por parte de toda a equipe da Latam Airlines Argentina a filial e expresso a minha dor pela notícia. Lamento que as complexas circunstâncias por todos vividos tenham levado a filial a esta situação difícil. Atentamente”

Até onde se sabe, a Argentina é a única filial regional da Latam Airlines Group ( de capital chilena) que tomou uma decisão tão drástica e repentina. A voz oficial da patronal afirma que isto se deu após a tentativa de reduzir o salário de todo o pessoal pela metade. A empresa mantinha reuniões com representantes do Governos Alberto Fernandez com suas proposta de suspender e reduzir salários.

Há duas semanas uma massiva assembleias virtual de trabalhadoras e trabalhadores da Latam rechaçou a extorsão da empresa, votou a solidariedade com a luta de seus iguais chilenos que lutam contra as demissões e exigiram a empresa cumprir a decisão que obriga a pagar 100% dos salários. A desta quarta-feira é a resposta mais brutal que o grupo de empresários poderia dar.

Este jornal conseguiu entrar em contato com trabalhadoras e trabalhadores da empresa, que confirmaram que neste mesmo meio-dia começaram a discutir que medidas tomarão diante de semelhante notícia, tanto em suas reivindicações a patronal, como ao Governo nacional e aos segmentos sindicais do setor para que se mantenham intactos todos os postos de trabalho, seus salários e se impeça o fechamento desta importante empresa aeronáutica.

Da frente da Esquerda e dos Trabalhadores na Argentina, o deputado nacional Nicolás del Caño lançou o rechaço a chantagem da patronal e exigiu que fossem garantidos o conjuntos dos postos de trabalho sem redução salarial.




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