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DOSSIÊ TRUMP | Kshama Sawant: Construir um movimento contra o establishment democrata e republicano

Reproduzimos trechos de uma entrevista de Kshama Sawant, vereadora socialista de Seattle. A entrevista foi publicada originalmente no dia 10 de Dezembro de 2016.

sexta-feira 20 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Antes de mais nada, creio que é importante mostrar solidariedade com as comunidades que foram objeto do ódio de Trump. O segundo passo é entender por que isso ocorreu. Penso que trágica ironia é que os 61% que votaram disseram que não gosta ou confia nele. Apesar disso, Trump ganhou a eleição. A conclusão disso é que nem toda a gente que votou em Trump é racista, misógina e anti-imigrante. O que reflete isso é um grito contra o domínio da casta política e a razão pela qual Clinton não pôde ganhar de um misógino, um monstro sexista, é porque ela é um epítome desse status quo odiado pela classe trabalhadora que foi traída por décadas.

Se o establishment democrata tivesse elegido Bernie Sanders como candidato, não tenho dúvidas de que, como mínimo, teria feito uma enorme corrida eleitoral e também sei que muitos que apoiaram Bernie hoje estão dizendo que, se Sanders tivesse sido o candidato, não estaríamos nessa situação. A gente agora está triste e com medo, e sinto que temos que ser compreensivos e entender que muitos desses medos são genuínos, mas também temos que canalizá-los em ações e construir um movimento de massas com as conclusões dessa experiência.

A conclusão é que, a menos que construamos movimentos progressistas de massas, que construamos a esquerda, independentes do establishment dos republicanos e democratas, não apenas não vamos derrotar a agenda da direita, como também esta seguirá crescendo.

O fato de que haja uma busca dos estadunidenses por uma alternativa que esteja longe do que tenha havido até agora, fala de que a gente está questionando o sistema. Devemos reconhecer que, neste momento, devemos nos levantar, a esquerda tem de se levantar junto com o movimento operário, os socialistas têm a responsabilidade de enfrentar e construir os movimentos massivos, mas não de maneira abstrata, contra o racismo, contra a violência policial, junto ao Black Lives Matter, contra o gasoduto de Dakota do Norte, pelos 15 dólares a hora do salário mínimo, em todo o país, pelo direito ao aborto. Se queremos derrotar a agenda da direita, também devemos enfrentar a agenda de Wall Street.

A conclusão é que, a menos que reconheçamos que devemos construir um movimento massivo independente contra o establishment democrata e republicano, não vamos obter êxito.

Extratos da entrevista realizada no La Izquierda Diario TV. A versão completa (em espanhol) pode ser vista em www.laizquierdadiario.com.




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