×

ENCONTRO REGIONAL FAÍSCA SP | Juventude Faísca realiza Primeiro Encontro Regional: Debatendo a crise subvertendo a ordem

Faísca Revolucionária@faiscarevolucionaria

terça-feira 21 de junho de 2016 | Edição do dia

Neste sábado, dia 18, foi realizado o Encontro Regional da Juventude Faísca. No encontro foi reafirmada a necessidade da juventude de se colocar quanto sujeito de uma saída revolucionária frente a crise não só nacional, mas uma crise orgânica que diz respeito a todo o sistema capitalista. No mundo todo evidencia-se o questionamento ao sistema, como nas eleições americanas com o rechaço de boa parte do eleitorado aos elementos mais tradicionais da política, e a busca por saídas mais extremas, seja no reacionarismo LGBTfóbico e xenofóbico de Donald Trump- que apesar da tentativa de mascarar como terrorista o massacre na boate de Orlando, sabemos que esse mesmo discurso de ódio que ele levanta é o responsável pelo massacre-, ou no tímido socialismo, porém relevante no contexto americano, de Bernie Sanders.

Aqui no Brasil discutimos como pautarmos nossa ação, enquanto uma organização anticapitalista e revolucionária, ao mesmo tempo, em combate contra a direita mais reacionária (também possuidora dos mesmos elementos LGBTfóbicos que rechaçamos em Trump) que assume o governo de forma ilegítima, mas sem deixamos de confrontar o PT, que mesmo diante do golpe não abandonou sua estratégia de se manter como alternativa eleitoreira e responsável, ao invés de colocar seus aparatos, sindical (CUT) e estudantil (UNE), para travar uma verdadeira luta nas ruas, que impedisse o golpe através da mobilização de suas bases. Pelo contrário, preferem seguir depositando sua confiança e suas fichas nas instituições burguesas, como no Judiciário, que capitaneou o processo do golpe, e segue arbitrando de maneira seletiva e imprevisível com o prosseguimento da Lava Jato.

Nesse sentido que uma juventude revolucionária não pode depositar confiança num processo protagonizado por esse poder, que enquanto confere foro privilegiado a ministros e parlamentares, possui mais de 40% da população carcerária aguardando julgamento. Não haverá nenhuma saída para a crise de legitimidade desse regime, por fora da mobilização popular, por isso defendemos como saída a Assembleia Constituinte Livre e Soberana impulsionada pela mobilização. A ACLS proporcionaria um amplo campo de atuação para que as ideias revolucionárias ganhassem visibilidade e permitissem que a população tivesse experiência com os limites da democracia burguesa, através da agitação de consignas democráticas radicais, como a revogabilidade dos cargos, que todo o político ganhe o mesmo salário de um professor.

Numa demonstração do internacionalismo da luta da classe trabalhadora, o deputado argentino Nicolás Del Caño do PTS, organização irmã do MRT, enviou saudação ao encontro e seu repúdio ao golpe que não é só um ataque ao operariado brasileiro, mas a toda classe operária da América Latina, que superestruturalmente vêm se enfrentando contra um giro à direita dos países.

No encontro também foi discutida nossa atuação nos conflitos em que estamos presentes, como a greve na Universidade de São Paulo, em defesa da educação e da saúde pública. Diferentemente de outras correntes da esquerda que estão prontas para aceitar qualquer acordo com a reitoria para propagandear uma greve vitoriosa, sabemos que não haverá vitória, de fato, sem a unificação com os demais setores que lutam pela mesma causa. Os trabalhadores que também lutam contra o desmonte da universidade e a desvinculação do HU, e se mobilizam incansavelmente mesmo diante do corte de ponto pela reitoria. As demais universidades estaduais, que passam pelos mesmos ataques a permanência estudantil e a luta pela democratização do acesso, com a adoção de cotas; para isso defendemos um comando de greve unificado, proporcionando uma democracia de base. E os secundaristas, que complementando o quadro de ataques gerais à educação, persistem desde o ano passado numa batalha contra o governo corrupto de Alckmin e seu projeto neoliberal.

Da mesma forma que na França a forte mobilização que vemos atualmente ir às ruas para se enfrentar firmemente contra a reforma trabalhista, começou a eclodir na juventude, que foi às fábricas panfletar e chamar à luta o verdadeiro sujeito revolucionário, a classe trabalhadora, acreditamos que podemos ser esse elemento de desencadeamento da luta de classes, a faísca que irá incendiar a revolução. Por isso atuamos também buscando levar nossa ativa solidariedade aos trabalhadores da Mecano Fabril, fábrica que passa pela sua quarta greve no ano, lutando contra o fechamento da fábrica, a demissão dos trabalhadores, e o não pagamento de seus direitos; estando presente em suas assembleias e panfletando nossos materiais.

Saímos do encontro com nossa moral ainda mais elevada e com o convencimento estratégico da essencialidade da aliança entre a juventude e a classe operária para triunfarmos nos processos de luta. É dessa forma que retornamos aos nossos locais de estudo ainda mais sedentos em concretizar esse projeto, estando desde cedo nos piquetes junto aos trabalhadores e com a gana revolucionária necessária para arrancarmos vitórias contra as burocracias e os governos.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias