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Abdelmassih, condenado por abuso sexual de dezenas de mulheres, ganha direito a cumprir a pena em sua mansão estimada em R$ 4 milhões.

quarta-feira 21 de junho de 2017 | Edição do dia

Por meio de decisão, concedida nesta quarta-feira 21, a juíza Sueli Vaik do Tribunal de Justiça de Taubaté, interior de São Paulo, autoriza Abdelmassih a cumprir sua pena de 181 anos de prisão em sua mansão localizada na zona oeste de São Paulo. A decisão da juíza foi tomada a partir do pedido de indulto humanitário apresentado pelos advogados do ex-médico, o quais alegaram que a cadeia não tinha condições de tratar de seus problemas de saúde, solicitando assim que ele seja realizado em casa.

Além de usar tornozeleira eletrônica, o ex-médico não poderá deixar a cidade sem autorização judicial. Ele pode, no entanto, se deslocar para tratamento médico de urgência.

A decisão foi recebida com fortes posições contrárias. Ao saber da notícia, Vanuzia Leite Lopes se pronunciou dizendo que o fato coloca todas as vítimas em uma posição de medo e insegurança quanto a suas vidas. Vanuza lidera um grupo de mulheres que entraram na justiça com acusações de estupro também contra o ex-médico. Várias vítimas afirmam ter sofrido ameaças de morte durante o caminhar do processo.

Novamente a Justiça concede parecer favorável a seus ricos companheiros enquanto mandam os pobres para prisão por roubar um pote de margarina.

Entenda o caso

Roger Abdelmassih é um ex-médico especialista em reprodução assistida. Em seu consultório atendia inúmeras mulheres da elite nacional e celebridades, chegando a se tornar um dos principais especialistas de reprodução assistida do país.

Em 2008 teve a primeira acusação na justiça de estupro. Quando em 2009 o caso chega a mídia, dezenas de outras vítimas se pronunciam. Em 2010 chegou a ser condenado a 278 anos de reclusão por 48 crimes de estupro contra 37 pacientes entre 1995 e 2008. Três vítimas relatam terem sido molestadas após serem sedadas.

Uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes - o mesmo que libertou Eike Batista recentemente da prisão e se manifestou favorável a reforma trabalhista -, permitiu que recorresse da sentença em liberdade, sendo preso apenas em 2014.

A justiça brasileira já deu mostras de que não se importa com a vida das mulheres. Há poucos meses havia concedido a liberdade ao goleiro Bruno, assassino confesso de Eliza Samudio, decisão revista posteriormente. Essa mesma justiça que premia corruptos e também estupradores com prisão domiciliar é a que mantém Rafael Braga preso injustamente acusado de portar pinho sol.




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