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Justiça brasileira marca golaço para manter CBF impune

quinta-feira 5 de novembro de 2015 | 23:32

: Uma decisão da Justiça Federal brasileira barrou a cooperação do Brasil com o FBI nos EUA para investigar dirigentes de futebol ligados ao escândalo envolvendo a Fifa. A decisão foi tomada pela juíza Débora Valle de Brito, da 9.ª Vara Criminal do Rio, no dia 13 de outubro.

O Ministério Público Federal vai agora recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para manter a colaboração com a justiça americana pela punição daqueles envolvidos nos escândalos, justamente no momento em que o ex-presidente da CBF e colaborador da ditadura militar no Brasil, José Maria Marin, chega aos EUA para iniciar seu julgamento.

José Maria Marin está sendo investigado junto a outras 13 pessoas desde maio deste ano, sendo 9 dirigentes da Fifa e outros 5 empresários que tinham negócios com a mesma. Estão estes sendo acusados de corrupção, fraude, lavagem de dinheiro, e as autoridades Suíças estimam que os esquemas, que teriam sido feitos nos EUA e na Suíça, teriam movimentado em torno de 100 milhões de dólares nos bancos americanos, envolvendo corrupção e suborno desde 1991.

Pela decisão, a Justiça ordena que os documentos e informações coletados pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Judiciária Internacional do Ministério da Justiça até agora envolvendo empresas e pessoas sob investigação nos EUA sejam devolvidos aos donos e que os valores sejam desbloqueados. "Foram impetrados mandado de segurança e habeas corpus requerendo, em síntese, o desbloqueio de valores bloqueados", apontou a juíza.

Conforme pedido da justiça americana, o Ministério Público brasileiro bloqueou bens de dirigentes e de empresas, ainda em agosto de 2015. A solicitação de cooperação feita pela promotoria de Nova York ocorreu depois da prisão de Marin, em maio, e da abertura de investigações contra Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira. "Suspendo, por ora, todos os efeitos da decisão 215/22", indicou, em referência ao caso do bloqueio dos bens dos suspeitos realizados, a pedido dos EUA.

Um dos mandados de segurança é de Kleber Leite, dono da Klefer (empresa de marketing esportivo) e apontado na investigação do FBI como suspeito de ter pago propinas aos dirigentes da CBF. A juíza, porém, também ordena que sua decisão de barrar a cooperação se estenda "a todos os demais afetados pelas decisões proferidas neste procedimento", buscando "lavar a cara" dos ladrões do esporte.

Marin, que agora estará em prisão domiciliar em seu apartamento na Quinta Avenida avaliado em 10 milhões de reais, em Nova York, disse que manterá declarando "ser inocente" enquanto o processo seguir, até 2016. "Caso tudo dê certo" para Marin, o ex-presidente da CBF ficará em prisão domiciliar em seu apartamento em NY e poderá usufruir de sua academia de ginástica, jardim, serviços de camareira e manobrista, cafés, restaurantes, joalheria, lojas de artigos esportivo e também de roupas de luxo. Marin, redator do AI-5 (Ato Institucional-nº5) na ditadura, seguiu em uma vasta carreira política no regime militar, inclusive sendo um dos acusados por delatar Vladimir Herzog, e hoje continua impune perante os crimes que cometeu no decorrer de sua vida, na política e no futebol.




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