O caso chama atenção para um absurdo mais generalizado, onde uma série de juízes e desembargadores receberam quantias estratosféricas. Somando apenas as 20 maiores remunerações de 53 magistrados constados na folha de pagamento o valor é de 12.117.749,04 em apenas um mês.
quinta-feira 12 de dezembro de 2019 | Edição do dia
A juíza Marylusia Pereira Feitosa de Araújo, que atua na vara de violência contra a mulher foi a “premiada” com uma quantia de R$ 1.298.550,56! Segundo os dados do próprio Tribunal de Justiça de Pernambuco o salário base da magistrada é de R$ 33.689,11 e o restante acabou constando como “vantagens eventuais”, mas que pelo sistema de transparência é impossível saber exatamente a quantia recebida de cama uma dessas vantagens.
O TJ alega que os valores pagos são, em sua maioria, referentes aos períodos de férias acumulados e que não aumentou salários ou criou algo ilegal. Isso mostra como a legislação prevê que uma casta do judiciário extremamente privilegiada receba “tais vantagens” legalmente.
Um setor extremamente reacionário que foi pilar fundamental do golpe institucional em 2016 que retirou Dilma para aplicar ataques ainda mais duros dos que o PT já vinha aplicando e de sua continuidade com a prisão arbitrária de Lula ano passado que culminou na eleição de Bolsonaro.
No Estado que amarga a terceira maior taxa de desemprego segundo o IBGE e que recentemente passou pelo escândalo do derramamento de óleo em suas praias junto a outros Estados do Nordeste é um absurdo que se considere pagar mais de 12 milhões em apenas um mês para um bocado de juízes e desembargadores que sequer foram eleitos pela população.
É preciso combater o autoritarismo judiciário que se apoia nessa legislação da constituição de 88 completamente pactuada com os militares e que manteve o privilégio dos setores oligárquicos da sociedade brasileira. Todo o juiz deveria receber o mesmo salário que uma professora, além de eleitos e revogáveis pela população a qualquer momento para que a justiça esteja nas mãos dos trabalhadores e a serviço de seus interesses e não dessa casta privilegiada que orquestra junto ao Centrão do Congresso e Bolsonaro os ataques que descarregam a crise capitalista em nossas costas como a reforma trabalhista e a reforma da previdência.
