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ARMA NÃO-LETAL? | Jovem morre após ser atingido por bala de borracha da PM em PE

Em um ato que ocorreu no dia 17 de março contra a violência na cidade de Paulista, na Grande Recife, Edvaldo da Silva Alves, de 19 anos, foi vítima da repressão policial, sendo alvejado pela polícia com uma de suas mal chamadas "armas não-letais": as balas de borracha. Pouco menos de um mês depois, ele faleceu no Hospital Miguel Arraes.

terça-feira 11 de abril de 2017 | Edição do dia

No dia 17 de março, cerca de 300 moradores de Paulista fecharam a rodovia PE-75 por várias horas. Em uma trágica ironia, eles reivindicavam maior policiamento na cidade, que, de acordo com os manifestantes, só conta com três policiais para 36 mil habitantes.

A rodovia permaneceu fechada por horas antes que a polícia reprimisse com imensa brutalidade. Um vídeo feito no momento em que o jovem foi atingido mostra um policial dizendo: "É esse que vai levar o tiro primeiro?". Em seguida, Edvaldo é baleado. Após o tiro, ele foi arrastado pelos policiais, que ainda bateram em seu rosto antes de o colocarem na parte traseira de uma caminhonete.

De acordo com o irmão da vítima, José Roberto Alves, o tiro foi feito a mando do delegado. "Eu quero ver a cara desses policiais, eles precisam pagar", disse José Alves, entre lágrimas.

Cinco dias depois, no dia 22 de março, os moradores organizaram um ato em protesto contra a violência policial de que o jovem Edvaldo foi vítima. Segundo o hospital em que foi atendido, Edvaldo sofreu ferimentos na coxa e teve que respirar com o auxílio de aparelhos, além de passar por sessões de hemodiálise

A Secretaria de Defesa Social afirma que a bala era de borracha. A Polícia Militar de Pernambuco foi procurada pela reportagem do G1 para se pronunciar sobre o assunto, as investigações do caso e as punições ao policial que efetuou o disparo, mas não retornou aos contatos feitos pela redação.

Mais uma vez, a polícia mostra sua função social de repressão brutal, de assassina da juventude pobre e negra, moradora das periferias das grandes cidades. Edvaldo, como recentemente Maria Eduarda e tantos outros, foi mais uma vítima dessa instituição assassina. É necessário que todos os casos de violência policial sejam julgados por juri popular, acabando com a impunidade dos tribunais especiais militares. Lutemos pelo fim dessa corporação assassina.




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