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Jovem em Osasco morto por Covid-19 era obrigado a continuar trabalhando em empresa com casos confirmados

Um jovem morador de Osasco, que trabalhava como vendedor em uma empresa de Telemarketing, morreu de Covid-19, na última sexta-feira (10). De acordo com depoimentos de familiares para a Band FM, a empresa expõe seus trabalhadores a superlotações em espaços como o refeitório e segue operando mesmo com outros 3 casos de funcionários diagnosticados com a doença.

segunda-feira 13 de abril de 2020 | Edição do dia

Diogo, mesmo sendo diagnosticado com coronavírus, teve que ficar sob quarentena em sua casa, morrendo dias depois, quando apresentou complicações respiratórias e foi levado ao hospital, onde foi submetido ao tratamento com cloroquina e respiradores. Tudo isso escancara a insuficiência das políticas de isolamento social.

Nesta última sexta-feira, Diogo Azeredo, que não possuía qualquer problema crônico de saúde, morreu de Covid-19. Conforme o depoimento de sua mãe, o jovem provavelmente contraiu a doença no seu local de trabalho, uma vez que na empresa os funcionários eram submetidos a grandes aglomerações. Além do jovem, sua namorada está apresentando sintomas e outros três colegas de trabalho foram diagnosticados com a doença. A companhia de telemarketing ainda está operando normalmente, colocando seus funcionários em risco.

No dia 1 de abril, Diogo foi diagnosticado com pneumonia. Como no dia seguinte os sintomas de agravaram ele foi levado até uma UPA, onde o recebeu o diagnóstico de coronavírus. Desde desse dia, por ordens médicas, o jovem estava sob isolamento social no apartamento dos pais, em Osasco, sendo levado ao pronto-socorro Santo Antônio no dia 06, quando apresentou complicações respiratórias.

A morte do jovem, que sequer fazia parte do grupo de risco, e tantas outras que vemos diariamente, mostra como a classe trabalhadora e a juventude precarizada serão os que pagarão o preço mais alto pelo negacionismo bolsonarista e pelas insuficientes ações dos governadores, que só estão aplicando as políticas de isolamento social. No estado de São Paulo, Doria vem se utilizando de autoritarismo, para reprimir aqueles que não cumprem a quarentena, ao mesmo tempo que se nega a disponibilizar testes massivos para população e ampliar os leitos hospitalares no número necessário.

Sendo assim, para encarar de forma mais racional e científica a crise sanitária atual, é preciso exigir a disponibilização massiva de testes para Covid-19, concomitante à reestruturação do sistema de saúde, de modo que todos os leitos sejam estatizados, sobre o controle dos trabalhadores e estudantes da área da saúde, que são aqueles que de fato estão lutando contra a pandemia. Somente as políticas de isolamento não são suficientes, o caso de Diogo mostra isso, já que mesmo isolado, o jovem morreu em função da falta de leitos, gerada pelo sucateamento do sistema público de saúde, promovido pelos governadores.




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