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GOLPE NA BOLÍVIA | Jeanine Añez, presidente golpista da Bolívia, tacha de satânico celebração dos povos indígenas

Jeanine Añez, autoproclamada presidente interina da Bolívia em meio ao golpe cívico-militar em curso, fez uma declaração em 2013 no Twitter onde já demonstrava o seu ódio às comunidades indígenas bolivianas, com um racismo escancarado e apoiado no fundamentalismo religioso cristão. No tweet ataca a cultura indígena, tachando o ano novo dos povos originários de satânico em oposição ao da religião cristão.

quinta-feira 14 de novembro de 2019 | Edição do dia

Jeanine Añez, que se autoproclamou presidente interina da Bolívia nesta terça, 12, mesmo sem quórum para tal, deu mostras do seu racismo e fundamentalismo religioso ao afirmar que a “Bíblia voltará ao Palácio”. Esse reacionarismo tem uma trajetória longa, como mostra o tweet que Añez fez no ano de 2013, endossando a sua intolerância religiosa e seu profundo racismo.

Trata-se de um racismo sustentado por um prepotente setor civil e empresarial, que se coloca agressivamente contra a maioria da população. Dentre os mais acalorados direitistas anti-comunidades indígenas está não só Jeanine, mas também o asqueroso líder do Comitê Cívico de Santa Cruz, Luis Camacho, que protagonizou a invasão ao Palácio do governo, com uma bíblia nas mãos e um chamado a implementar o golpe de Estado. Jeanine, Camacho e cia têm nojo dos povos indígenas e da história dos povos originários andinos que se expressa no país boliviano com força. Como arma se utiliza de seu fundamentalismo para alimentar uma ideologia fascistóide da polícia citadina boliviana.

Os efeitos concretos desse discurso de ódio dos golpistas se mostram na brutal repressão à população que se levantou contra o golpe nas ruas de El Alto e outras cidades. A suposta pacificação anunciada pelo comitê golpista encabeçado por Luis Camacho, Jeanine, as polícias e o alto escalão das Forças Armadas nada mais é do que o derramamento de sangue daqueles que se opõem às suas manobras e querem fazer com que a população arque com os ônus de seus restritos interesses políticos, econômicos e religiosos. Cenas absurdas como a queima de bandeiras Whipala, e mesmo o corte destas nos uniformes policiais, mostram a intensidade do ataque a esses povos, que compõem significativamente a população boliviana, somando quase 40 etnias indígenas no país.

É preciso repudiar todas as expressões racistas e fundamentalistas dessa extrema-direita boliviana, bem como a brutal repressão empregada pela polícia desse país nos últimos dias. O Esquerda Diário repudia o golpe cívico-militar e expressa toda a solidariedade aos trabalhadores, às comunidades indígenas e toda a população boliviana que resiste ao golpismo apoiado por Trump e Bolsonaro.




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