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AUMENTO DO CUSTO DE VIDA | Inflação já chega a mais de 10% em 5 regiões metropolitanas, diz IBGE

No total do Brasil, o IPCA em 12 meses está em 9,93%. Entre as regiões pesquisadas, os maiores resultados foram de Curitiba (11,52%), Goiânia (11,19%), Porto Alegre (10,49%), São Paulo (10,45%) e Fortaleza (10,02%).

sábado 7 de novembro de 2015 | 00:00

A inflação oficial acumulada em 12 meses já superou os dois dígitos em cinco das 13 regiões que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"No total do Brasil, o resultado já quase encostou nos dois dígitos. Pelos Estados, cinco já ultrapassaram os 10%. Ou seja, em alguns Estados, a população está sendo mais penalizada pela inflação", declarou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

Com relação ao IPCA, o principal “vilão” que está pressionando o índice, é a conta de energia elétrica. Em alguns lugares como no Rio, com o último reajuste de 16%, o acumulado de 12 meses, já apresenta reajuste total de 56% no ano. O aumento do uso das usinas térmicas, devido ao baixo nível de água que está prejudicando as hidrelétricas, é um fator que colabora para o aumento da conta de energia.

No caso de Transportes, o reajuste de combustíveis foi o principal vilão. Já os alimentos estão pressionados pela valorização do dólar, que encarece os fertilizantes, por exemplo, e pelos prejuízos causados pelas chuvas à lavoura.
Alguns produtos que ficaram mais caros em outubro foram frango inteiro, açúcar cristal, alho, cerveja, arroz, refrigerante, tempero misto, farinha de trigo, açúcar refinado e frutas. Alimentos essenciais no consumo dos brasileiros, e que tem o poder de encarecer outros produtos de conjunto.

Análise

A inflação pode ser avaliada por dois índices: o IPCA e o INPC. O primeiro considera os principais produtos na cesta de consumo da população, incluindo alimentação, serviços, transporte, energia elétrica entre outros. Enquanto o INPC, avalia a inflação para as famílias com renda até 5 salários mínimos. Ambos os índices apresentaram aumento nas últimas análises.

O INPC já alcança os dois dígitos, fechando em 10,33% este mês. Mostrando um forte impacto na renda das famílias mais pobres.
O aumento da energia elétrica é um importante fator para se entender o aumento da inflação. De um lado, a debilidade que vem apresentando as usinas hidrelétricas, tendo que recorrer às usinas térmicas como fonte de energia mais cara, são um fator de aumento da conta de luz.

Contudo, não esqueçamos que a crise hídrica é também de responsabilidade dos governos, tanto estadual quanto federal, que não se preocuparam com melhorias no setor. Ao contrário, ano passado tanto a Eletrobras, como a Cemig e a Light, apresentaram alta nos lucros bilionários de suas firmas. Não esqueçamos também, que os aumentos da conta de luz são para assegurar a subida desses lucros, mesmo em frente à crise.

Segundo recente pesquisa, 40% da população adulta está inadimplente e as contas de luz e água são um dos principais fatores do endividamento dessa população. Com os aumentos da conta desde o começo do ano, fica cada vez mais difícil suportar o peso que os grandes monopólios de energia e água, respaldados pelo governo federal e estadual, estão jogando na população. Em Campinas, o presidente da Sanasa chegou ao absurdo de declarar que o aumento da conta de água se devia ao fato da população economizar água frente à crise.

Com as demissões em massa, que entre a juventude pode ultrapassar a média mundial no próximo ano, com planos de redução de salários como o PPE, e com a inflação batendo recordes, fica evidente a quem a crise mais atinge. O grande endividamento da população adulta, já mostra que está realmente difícil fechar as contas no final do mês, e a situação tende a piorar, uma vez que vem se aprofundando os ataques dos governos sobre a população.




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