Os economistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central (BC) pioraram as perspectivas para a inflação e o PIB deste ano e do próximo.
terça-feira 16 de fevereiro de 2016 | 00:00
O IPCA, de acordo como relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira, deve ficar em 7,61%. Já a economia deve ter uma retração de 3,33% em 2016 e uma leve expansão de 0,59% em 2017. Com esse cenário, os analistas voltaram a elevar, em 0,25 ponto percentual, a previsão para os juros no ano que vem, que devem ficar em 12,75% ao ano.
A projeção para o IPCA deste ano voltou a piorar, pela sétima vez seguida, passando de 7,56% para 7,61%, reforçando a perspectiva de novo estouro da meta, de 4,5% com tolerância de dois pontos para cima ou para baixo, como já aconteceu em 2015.
Em relação ao PIB de 2016, a mediana das projeções no Focus agora é de contração de 3,33%, ante queda de 3,21% na pesquisa anterior. Para 2017, a estimativa de crescimento é de apenas 0,59%, 0,01 ponto percentual a menos do que na semana passada. Pela quarta semana seguida, os analistas reduziram a previsão para o desempenho da economia no ano que que vem.
Os ritmos da recessão brasileira caminham lado a lado com a decadência da produção industrial chinesa, cuja ascensão em 2010 foi responsável não apenas por evitar uma depressão mundial semelhante à década de 30, mas também pelo crescimento vertiginoso dos preços das matérias primas, e com elas, o surgimento dos chamados "mercados emergentes" como o Brasil que atuaram contratendencialmente à recessão de 2008/9.
Este processo está se revertendo e deixando transparecer o caráter ineficaz das políticas monetárias a nível mundial - que não se baseiam num crescimento econômico e na produção, mesmo considerando países como Estados Unidos - além das contínuas projeções de continuidade recessiva no Brasil.
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