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CUSTO DE VIDA | Inflação atinge 9,56%, maior patamar desde novembro de 2003

Os números da inflação medidos pelo IBGE (IPCA) atingiram o maior valor acumulado em 12 meses desde novembro de 2003, quando o índice chegou a 11,02%. O IPCA de julho é o mais alto para o mês desde 2004, ficando em 0,62%, a alta foi puxada pelos reajustes nas contas de luz, e nas taxas de água e esgoto e na alta nos gastos com habitação.

Flávia SilvaCampinas @FFerreiraFlavia

sábado 8 de agosto de 2015 | 00:26

A inflação, ou o aumento contínuo e generalizado dos preços, continua a ameaçar os bolsos e a renda dos trabalhadores, contribuindo para o aumento no custo de vida que é sentido diariamente pela população. Os dados divulgados pelo IBGE ontem (6), confirmam a alta da inflação para o mês de julho, e no acumulado em 12 meses, atingiu o maior valor em mais de dez anos, 9,56%, bem acima do teto do governo Dilma e do Banco Central, de 6,5% ao ano.

Segundo o IBGE, a alta nos preços no último mês foi puxada principalmente pelos reajustes nas tarifas de energia elétrica nas capitais de São Paulo (aumento de 11,11%) e Curitiba (11,40%), e pelo aumento nas taxas de água e esgoto em várias regiões do país (em média, as contas de água e esgoto em todo país ficaram 2,44% mais caras).

Outro item que se destacou foi o grupo habitação puxado pelos reajustes nos condomínios e aluguéis. Este é um custo que afeta principalmente os setores mais pobres da população, pois são estes que destinam boa parte de seus salários para o custeio de moradia, é o chamado déficit habitacional. Com a crise, o aumento no desemprego e a queda na renda, este item deve sufocar ainda mais as contas dos trabalhadores mês a mês.

Com relação à alimentação, os preços dos produtos básicos também subiram com destaque para o feijão-mulatinho, fubá de milho, leite, cafezinho, carnes industrializadas e a cebola. No ano de 2015, o destaque em aumento nos preços vai para a cebola (115,19%), feijão-carioca (22,66%), ovos (15,52%), batata-inglesa (24,60%) e queijo (6,70%).

SP registra inflação de 10% segundo DIEESE

Em SP, a inflação medida pelo DIEESE chegou a 10%, o índice do DIEESE avalia o custo de vida na cidade de São Paulo para o mês de julho. Os grupos de habitação (puxado pelo reajuste de mais de 15% na tarifa de energia elétrica para a bandeira vermelha) e alimentação (com destaque para o aumento nos preços da cebola e de frutas, além de alimentos processados como leite longa vida).

Importante se notar que as taxas de inflação, segundo a pesquisa, são maiores para as faixas de renda mais baixas, ou seja, quem ganha menos sofre mais com o aumento nos preços. Por isso, é preciso lutar contra o aumento no custo de vida e para que os salários aumentem conforme a inflação preservando os empregos com redução da jornada, sem redução nos salários, somente assim, é possível que os trabalhadores imponham que os custos da crise sejam pagos pelos patrões e pelos mais ricos.

Inflação é ajuste contra os trabalhadores

As medidas neoliberais do governo só contribuem para aumentar a crise para os trabalhadores, com os cortes nos gastos sociais, aumento de tarifas (como água e esgoto e energia elétrica que oneram os mais pobres), os cortes nos direitos dos trabalhadores como o PPE e as MPS 664 e 665. Todas estas medidas adotadas por Levy teriam o objetivo de reduzir a inflação, porém o governo não pensa a inflação pelo ponto de vista dos trabalhadores e não faz mais do que aumentar o custo de vida do conjunto da população. A inflação nos alimentos, nas tarifas de serviços e nos custos da habitação são uma face do ajuste fiscal do governo contra os trabalhadores, para preservar os lucros e a renda dos ricos e empresários.




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