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Imperialismo estende a corda para os ataques do golpista Temer

quarta-feira 11 de maio de 2016 | Edição do dia

As reivindicações de melhores acordos e cargos da bancada autointitulada BBB (da bíblia, do boi e da bala) é apenas a face mais atrasada e semicolonial do caráter reacionário deste governo está para entrar. O verdadeiro tom deste governo golpista será ditado pela economia mundial e pelos países imperialistas, que investiram no golpe institucional para moldar a economia brasileira e aumentar suas taxas de lucro.

Entretanto o sonho de Temer e sua corja de instalar um governo sólido e estável, em um grande acordo entre os partidos e políticos golpistas, ainda não esta garantido. Ajustar a economia brasileira para fazê-la caber no bolso dos grandes monopólios multinacionais significa atacar o direito dos trabalhadores, da juventude e setores populares, ou seja, se enfrentar com o descontentamento popular com a política nacional e a economia, e com uma nova juventude que esta saindo em luta. Caso Temer se mostre uma opção duvidosa para aplicar ajustes, seu rabo preso com a corrupção é grande o suficiente para ser descartado pela lava-jato. O jornal Britânico Financial Times soltou essa semana quatro pontos de desafios para o governo.

O desafio da lava-jato: ou ajusta ou será lavado

Em meio a crise econômica, o desejo da burguesia mundial é recompor sua taxa de lucro a todo custo. O desemprego, que afeta hoje 10,4 milhões de pessoas no Brasil, o fechamento de fábricas, o congelamento salarial e a alta inflação são as primeiras medidas até agora adotadas para baratear o custo da produção e assim aumentar os lucros da patronal. No âmbito do estado segue o congelamento de contratação nos serviços públicos e as medidas privatistas de grandes empresas estatais, como Correios e Petrobras, seguem também os cortes aos diretos básicos como a educação.

Estas medidas têm como intenção destinar mais dinheiro para pagamento das dívidas públicas, para com os bancos, e incentivo ao setor privado. Entretanto todas estas medidas até agora adotadas seguem sendo insuficientes perante os olhos do mercado mundial. É necessário cortes ainda mais drásticos nos serviços públicos e nos direitos trabalhistas. Nas palavras dos economistas burgueses, o Brasil deve reconquistar a confiança do mercado internacional, ou seja, deve tronar-se um terreno ainda mais fértil para obtenção de lucro através da exploração de seus trabalhadores e recursos naturais.

Para aplicar estes ajustes alguns setores da burguesia nacional e o imperialismo, através da Lava Jato, usaram do golpe para girar a direita o governo brasileiro. Entretanto, o grande capital imperialista parece não confiar ainda em sua capacidade política de aplicar seriamente os ajustes. Não foram poucos os artigos da mídia internacional que logo após o golpe ser votado na câmera de deputados utilizavam de um mix de demagogia e ironia para expressar as dúvidas sobre a estabilidade do governo que veria a seguir. Até mesmo as palavras críticas da mídia internacional sobre a situação política brasileira, longe de serem ideais democráticos sinceros , são na verdade expressão da pressão do imperialismo no governo Temer, para garantir que os ajustes mais duros sejam aplicados, e assim sempre deixando a “duvida” da Lava Jato como pressão. O grande capital imperialista segue apostando suas fichas no “Partido Judiciário”.

O cumprimento ou não de seu “dever de casa”, pode colocar Temer mais ou menos na mira da Lava-Jato. Quanto mais Temer enfrentar os trabalhadores, a juventude e os setores oprimidos, quanto mais comprometido estiver em aumentar o lucro da patronal, acelerar a privatização das estatais e atrofiar os serviços públicos, menos culpado este parecerá aos olhos do STF frente ao seu envolvimento nos escândalos de corrupção da Petrobrás.

Esta é uma das conseqüências mais concretas do golpe institucional. Quem avalia os “bons e maus políticos” são uma corja de advogados e juízes, o STF, o Partido Judiciário, homens brancos e ricos que não receberam um voto sequer da população. A visível corda da corrupção, que controlava os marionetes políticos da burguesia em tempos de crescimento econômico, é a mesma corda que agora os aperta pelo pescoço para que sigam obedientes em tempos de crise.
Mas mostrar que está disposto a cumprir este papel, devido suas próprias intenções, será o desafio mais fácil para Temer. O desafio mais difícil será enfrentar a restiência dos trabalhadores e da juventude.

O desafio de agradar o imperialismo: aplicar os ajustes e enfrentar a luta de classes

Para quem tinha dúvidas de que o golpe institucional era na realidade um ataque à classe trabalhadora e aos setores oprimidos, e que a situação poderia sim ficar muito pior do que já estava no governo petista de Dilma, vale o exemplo da recém medida indicada por Temer para a previdência social. Na intenção declarada de endurecer e restringir os aposentados e pensionistas, Temer revelou sua intenção de incluir o Ministério da Previdência ao em Ministério da Fazenda. Ou seja, de uma vez por todas, aposentadoria e pensão por invalidez e acidentes de trabalho não se tratarão mais de direitos humanos, mas sim racionamento de dinheiro.

Se em 2015 as alterações e cortes na previdência social aplicada pela Dilma foram um dos estopins para sua bancarrota em termos de apoio popular, imaginem as consequências de acabar com o Ministério da Previdência. Em um país que bate recordes em acidentes de trabalho, 4º no ranking mundial, e que aposentados seguem trabalhando para pagarem suas contas, restringir a previdência social significa um ataque a milhões de trabalhadores desamparados.

Outros exemplos já mencionados publicamente podem ajudar a ilustrar o caráter deste governo golpista, como por exemplo as alterações nas leis agrárias e nos territórios indígenas, que irá presentear a “bancada do boi”. Ou o retorno da redução da maioridade penal, para “bancada da bala”. E ainda censuras mais homofóbica e machistas nas escolas para tratar dos temas referente a sexualidade e gênero para a “bancada da bíblia”.

Uma coisa é certa, o golpe institucional está apenas começando a mostrar a corda com que pretende estrangular a classe trabalhadora. As desconfianças no governo Temer, embora presente em amplos setores de massas, segue ainda passiva. Mas só mesmo sendo muito ingênuo para acreditar que não haverá respostas por parte dos trabalhadores, como já vem mostrando a juventude. E estes devem ser os maiores obstáculos para que o governo de Temer e a direita apliquem os ajustes.




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