O caso ocorreu na cidade de Promissão (SP) e foi amplamente noticiado pela mídia como exemplo de força e “empoderamento”, mas o que há por trás dessa triste realidade é o fato dos idosos em nossa sociedade terem cada vez menos condições de se manterem com corte dos programas de auxilio, previdência social e um aumento exorbitante no custo de vida do país.
sábado 13 de fevereiro de 2021 | Edição do dia
Foto: Rafael Ferraz/TV TEM
Diferentemente do que tentam pintar mídias burguesas como o G1, o caso de Maria Cardoso em nada deve servir de exemplo para os trabalhadores senão para aumentar o seu ódio a esse sistema capitalista miserável que em meio a uma pandemia mundial que já matou milhões praticamente obriga que idosos – de até mesmo 101 anos! – se vejam obrigados a trabalhar por toda sua vida, mesmo sendo grupo de risco e necessitando de isolamento nesse momento.
É compreensível que sensibilize as pessoas a determinação de Dona Maria, que diz ser motivada pelo fato de não ter que depender dos seus familiares para arcar com os custos de sua vida. E na verdade isso infelizmente tem seu fundo de verdade, afinal o custo de vida em geral sobe no país com o preço de produtos básicos como arroz, óleo vegetal e afins indo as alturas, fruto da política econômica de Guedes, Bolsonaro, Centrão e todos os agentes desse regime político golpista.
Mas aqui é preciso dizer a verdade aos trabalhadoras, ninguém deveria se ver obrigado a trabalhar nessa idade e sob essas condições de mundo para poder viver de maneira minimamente decente em nossa sociedade. A política de reformas neoliberais e privatizações empurra os trabalhadores para esse caminho, ao reduzir os programas do governo de auxilio e suporte para esse setor vulnerável da população, saqueando a previdência e eximindo o Estado de toda sua responsabilidade, jogando ela nas costas de parentes ou nesse caso do próprio idoso!
Contra a romantização da miséria e da exploração capitalistas, é preciso apontar um outro caminho alternativo e independente dos trabalhadores onde situações como essas não sejam corriqueiras ou incentivadas! Que todos possam “ter seus vinhos e suas carnes” como quer Dona Maria sem ter que se sujeitar a jornadas de trabalho extenuantes, sem deixar suas vidas e seus futuros trabalhando a troco de migalhas.
É preciso arrancar tudo que nos é direito e como fizeram os trabalhadores já em sua história de luta e aprendizado “tomar o céu de assalto” da burguesia.
