Já são mais de 8 mil mortos pela COVID no DF e ontem foi a noite mais fria do ano na capital. Mesmo com uma liminar proibindo a destruição da casa de uma das moradoras, Ibaneis e sua polícia racista, pela oitava vez, despeja, famílias na rua em meio a uma pandemia.
sexta-feira 21 de maio de 2021 | Edição do dia
Desde sua mansão milionária no Lago Sul, Ibaneis manda seus cães de guarda racistas da polícia e do DF Legal para despejarem pela oitava vez as famílias em meio a uma pandemia. Mesmo com liminar proibindo o despejo da casa de uma das moradoras, para o GDF a prioridade é colocar famílias na rua depois da noite mais fria do ano em Brasília.
As famílias do CCBB, em sua maioria catadoras de lixo, estão há anos nessa ocupação, mas também há anos esperando por ter seu direito de moradia assegurado na CODHAB (Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal). Segundo relato de Ivânia, moradora da casa cuja uma liminar assegurava a proibição dos despejos, o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) a convocou para atendimento pessoalmente hoje às 9h30 para ter acesso ao auxílio vulnerabilidade. Enquanto estava sendo atendida no CRAS sua casa estava sendo derrubada pelo DF Legal.
Ivânia e outra companheira da ocupação apresentam mais denúncias: diversos objetos de uso pessoal e doméstico foram roubados, dentre eles facas de cozinha (com a alegação de que se trataria de arma branca), livros e R$ 200,00 que foram concedidos pelo Bolsa Família dessa mesma companheira.
Esse não é um caso isolado. Há meses vem se repetindo despejos, com brutal violência policial, no CCBB e em outras localidades - como fez recentemente ao despejar famílias de pioneiros na Vila Telebrasília. Ibaneis, um fruto podre do golpe institucional, é quem governa essa herança de despejo e trabalho semi-escravo que construiu a capital sob o suor e o sangue negro e nordestino - a cara da burguesia brasileira, escravocrata e capacha do imperialismo.
Enquanto despeja famílias na rua, privatizou a CEB, tenta privatizar o Metrô e obrigar os professores a voltarem às aulas no segundo semestre deste ano, recentemente vazou que Ibaneis recebeu, do esquema do orçamento secreto chamado de “Bolsolão”, mais de 7 milhões em dinheiro público investidos a 800km de Brasília onde por uma irônica “coincidência” Ibaneis possui mais de 14 mil hectares de terras.
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Bolsonaro, um verdadeiro genocida negacionista, faz farra com o dinheiro público, assim como Mourão e os militares de alta patente, que gastam milhões em leite condensado e vivem em condomínios luxuosos no Setor Militar. Mesmo em tramitação, o PL que proíbe os despejos durante esse ano ainda precisaria passar pelo Senado - uma prova de que, além do Congresso está recheado de golpistas, sua própria divisão entre Câmara e Senado só é funcional para a burguesia, nesse caso, à especulação imobiliária. Da mesma forma, o mesmo Judiciário que liberou o despejo em Abril, ignora sua própria liminar. Todos esses atores - responsáveis pelas quase 450 mil mortes, desemprego e pela fome - foram fundamentais para o golpe institucional de 2016 e estão todos juntos para descarregar a crise nas costas do povo pobre e da classe operária.
Os despejos no CCBB, assim como os inúmeros assassinatos de negros pelas mãos do Estado através de sua polícia, como a criminosa chacina no Jacarezinho deixam amostra a necessidade latente de uma organização e unificação das lutas dos trabalhadores, estudantes e o povo pobre. É urgente que as centrais sindicais rompam com sua paralisia, ao invés de ficarem aguardando as eleições de 2022, com um antídoto liberal e conciliador dos interesses dos capitalistas como faz Lula ao sentar com o Centrão, perdoar os golpistas e fazer gracejos à FHC. Somente através da força das mobilizações e das lutas da nossa classe é que podemos barrar os despejos, a fome e o genocídio do nosso povo.
É urgente que a CUT e a CTB, que têm em suas fileiras milhões de trabalhadores, assim como a UNE que está convocando atos nacionais para esse dia 29, unifiquem a luta com o povo pobre - os cortes nas federais são feitos pelos mesmos golpistas que despejam as famílias no CCBB, matam com as balas da polícia negras e negros no Jacarezinho e tentam privatizar o Metrô.
Nós do Esquerda Diário, impulsionado pelo MRT, nos solidarizamos com todas essas lutas e com os moradores despejados no CCBB e em outras ocupações do DF e do restante do país, disponibilizando o diário para as denúncias e atuando com nossa militância em todos os processos de lutas embrionárias em curso, entendendo que a saída para enfrentar os ataques e para que os capitalistas que paguem pela crise, vem pela força de mobilização e o apoio à nossa classe.
Saiba mais: Por um programa operário de moradia contra Bolsonaro, Ibaneis e todos os golpistas!
