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IFCH debate o governo Trump e suas consequências

Nesta quinta feira, dia 24, como parte da Calourada 2017 o Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH) organizou uma Mesa de debate com intelectuais, jovens e trabalhadores que teve como objetivo discutir os impactos e significados do governo Trump dos EUA.

segunda-feira 27 de março de 2017 | Edição do dia

Os debatedores da mesa foram Alvaro Bianchi (Professor-Ciência Política - IFCH), Odete Cristina (Militante da Faísca e do MRT), Rachel Meneghello (Professora-Ciência Política - IFCH), Gabriel Casoni (coordenação nacional do MAIS), Sebastião Velasco (Professor-Ciência Política - IFCH) e Sâmia Bomfim (Vereadora de São Paulo pelo PSOL).

A discussão da Mesa partiu do fato de estarmos vivendo uma das maiores crises do capitalismo, e que nesse contexto o governo Trump aparece como um fenômeno novo à direita, tem um forte questionamento por parte dos trabalhadores mais oprimidos, como imigrantes, e movimentos sociais, mas também há um enfrentamento de setores importantes da burguesia contra seu governo, expressando uma forte divisão da cúpula do poder. Por isso também há uma certa dificuldade na sua caracterização, e algumas possibilidades foram colocadas com base teórica, como populismo à direita, a possibilidade de ser um estatismo autoritário, e a rejeição da ideia de ser um governo fascista.

Mas nesse contexto de crise profunda do capitalismo também surgem fenômenos à esquerda, como o Syriza, Podemos, e o próprio Sunders nos EUA nas disputas pela decisão dos candidatos, mas que não conseguiu responder aos questionamentos à ordem que surgiram com mais força após a crise de 2008, com a primavera árabe, os indignados espanhóis, os levantes de trabalhadores e juventude pela Europa, e junho de 2013 no Brasil, muito pelo contrário, acabam por se aliar à velha casta política, numa perspectiva de gestão do capitalismo, e não de ruptura. Como podemos ver com a insatisfação da juventude com o apoio de Sunders à Hilary Clynton no ano passado.

As políticas xenófobas e ultra nacionalistas também foram debatidas, mostrando as contradições de Trump no seio dos que propagandeiam a globalização. Também suas políticas racistas e machistas, e as respostas que hoje estão sendo colocadas pelos que não veem nesse governo nenhuma alternativa, como o movimento do Black Lives Matter, e as milhares de mulheres que marcharam contra Trump logo depois da sua posse.

Os convidados também se dedicaram a discutir a ligação desse fenômeno nos EUA e do atual contexto do Brasil, com a série de ataques profundos aos direitos dos trabalhadores e da juventude que ocorrem após a consolidação do golpe institucional. Como um movimento para tentar dar respostas à classe dominante a nível internacional. E que tanto aqui como nos EUA, é preciso barrar os ataques de Trump e de Temer.

Mas as respostas apresentadas foram para caminhos distintos, alguns no sentido de fortalecer essas saídas à esquerda, mas que não tem nenhuma perspectiva de combate o capitalismo, e à velha casta política, e que não pode responder às demandas dos trabalhadores e setores oprimidos, e outros mostrando como a única saída possível para barrar os ataques é a unidade dos setores explorados e oprimidos, e sua auto organização a partir de suas entidades e métodos, para dar um verdadeiro combate ao capitalismo e toda sua podridão.

No final do debate, todos os presentes se posicionaram contra o último ataque de Temer aos trabalhadores, a aprovação irrestrita da terceirização, o que na prática significa que todas as atividade de trabalho podem ser terceirizadas, aumentando ainda mais a precarização das condições de trabalho, e a flexibilização dos direitos, do que os anos do governo do PT, em que o número de terceirizados triplicou. Essa iniciativa do CACH deve servir de exemplo às demais entidades estudantis, para que organize espaços de debates entre os estudantes e um plano de lutas para colocar toda nossa força junto aos trabalhadores, para derrotarmos os planos de Temer e fazer com que os capitalistas paguem pela crise.




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