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DESEMPREGO | IBGE aponta desemprego record no país e revela efeitos da reforma trabalhista na pandemia

Em 2020 as maiores taxas de desemprego foram maiores no nordeste do país, tendo a Bahia com quase 19,8% de desemprego, e no Sul as menores, com o Rio Grande do Sul com 9,1%, mas também batendo recorde do Estado. A situação comprova as mentiras da grande mídia, dos juízes e parlamentares do golpismo de que a reforma trabalhista acabaria com o desemprego, quando na verdade criou as condições para as demissões que vemos hoje por conta da pandemia.

quinta-feira 11 de março de 2021 | Edição do dia

Foto: Marcello Casal/Agência Estado

Durante todo ano vivendo uma pandemia, no terceiro para o quarto semestre só cinco estados recuaram o desemprego, o que resultou em 12 estados acima da média de desemprego do Brasil.

Em 2020 o mundo viveu o coronavírus e suas consequências, com um contingente de mais de 2 milhões de mortes e elevado desemprego, do preço dos alimentos, mostrando o completo desinteresse de Bolsonaro e dos governadores de controlar o vírus e a sanha capitalista e empresarial, salvando os lucros e não as vidas.

Por um lado Bolsonaro e seu negacionismo foram a forma mais desavergonhada dessa política, esperando algum milagre pra passar o vírus e ordenando que a rotina de exploração do trabalho seguisse normalmente, criando até mesmo uma MP para facilitar as demissões durante o período de fechamento da economia. Por outro governadores como Dória fizeram toda uma campanha de Fica em Casa, sem darem condições pra que as pessoas pudessem fazem isso sem serem demitidas e passando fome. Hoje os toques de recolher, e o arco-íris de medidas restritivas sequer fecham o comércio, enquanto as indústrias, por exemplo, estiveram sempre abertas, servindo apenas de policiamento nas ruas.

E não é só a direita de Dória que faz isso, os governos do PT no Nordeste também, estados que são os mais atingidos pelo aumento do desemprego. Nem Bolsonaro, nem os governadores fizeram o necessário para realizar testagem massiva, isolar os infectados de maneira que garantisse as condições básicas para sobreviver, proibindo as demissões em primeiro lugar. Se limitaram a se unificar para garantir um auxílio emergencial insuficiente, e que agora Bolsonaro está prometendo não passar de R$350,00, que não paga uma cesta básica na maioria dos estados.

No Brasil, os efeitos da crise mundial vimos nos efeitos claramente não do coronavírus em si, mas de como seus gestores não garantiram para a sua população condições básicas, o emprego, alimentação e moradia, três elementos que tornaram-se cada vez mais impossível ao passar dos dias. No executivo, o mesmo que fazia demagogia com o auxílio emergencial de míseros 600 reais, que era ainda insuficiente, Bolsonaro aprovou as suas MPs da morte, como a 926, que permitia aos patrões que diminuíssem os salários quando fosse reduzida a carga horária de trabalho.

Na realidade, essa situação da pandemia escancarou a contradição criada pela reforma trabalhista, que nunca teve a ver com a geração de emprego, mas a informalização, flexibilização de direitos, redução de salários, enfim, uma geralização de sub-empregos que chegou a 40% da população empregada. A pandemia combinada com a sede de lucros capitalistas se apoiou nesse legado do regime do golpe institucional para criar uma situação de desemprego récord na nossa história.

Não é de se espantar nessas circunstâncias, que o Brasil ficasse com 13,5% de desempregados, e que 20 estados brasileiros dos 27, bateram recorde nas suas taxas de desemprego. Pois tanto o executivo federal, quanto governadores e prefeitos, não moveram uma palha para proibir demissões, deixaram seus aliados empresários jogar a crise nas costas da classe trabalhadora. A Bahia, governada pelo PT, chegou aos estrondosos 19,8%. Neste e nos demais estados, a população se vê chias de incerteza, onde a inexistência de teste e de vacinas para todos, acaba sendo mais uma demanda não fornecida, pois viver na precariedade da miséria é a realidade imposta. Quem mais sente na pele essa situação, segundo o próprio IBGE é a juventude e sobretudo a ampla maioria de negras e negros no nosso país. Dados mostram que em Pernambuco, 99,5% das demissões foram de mulheres, em sua maioria de empregadas domésticas. É a herança escravista se manifestando à luz do dia de hoje.

Veja também: O desemprego tem rosto de mulher: elas são 99,5% dos mais de 5 mil desempregados em PE

Os outros estados que também bateram recorde e ficaram acima da média do país de foram: Alagoas(18,6%), Sergipe(18,4%), Rio de Janeiro(17,4%), Roraima (16,4%), Maranhão(15,9%), Amazonas(15,8%), Rio Grande do Norte (15,8%), Acre (15,1%), Distrito Federal(14,8%), Paraíba (14,6%) e São Paulo (13,9%). Outros estados, apesar de não terem taxas recordes, também ficaram acima da média nacional, foram eles Pernambuco (16,8%) e Amapá (14,9%), todos números alarmantes.

Veja também: Nordeste lidera recorde de desemprego com mais de 50% de desocupados em seus estados

Os estados nos quais a taxa foi menor que a média do país, mas que bateram recorde são: Ceará(13,2%), Minas Gerais(12,5%), Goiás(12,4%), Rondônia(10,4%), Mato Grosso do Sul(10%), Mato Grosso(9,7%), Paraná(9,4%), e Rio Grande do Sul(9,1%). Nessa mesma pesquisa mostra que em 15 estados menos da metade da população está empregada.




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