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SAÚDE | Hospitais com OSs atendem cada vez menos pacientes diz Diário Oficial

Reportagem do Estado de São Paulo comprova o que todos sabem, as OSs servem para atender cada vez menos pacientes. Seu interesse são os lucros.

terça-feira 2 de agosto de 2016 | Edição do dia

Mesmo com salas de espera lotadas, hospitais estaduais de administração terceirizada reduziram o número de atendimentos de urgência feitos nos primeiros quatro meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme dados publicados no Diário Oficial do Estado.

Levantamento feito pela reportagem do jornal Estado de São Paulo, entusiasta das OSs e privatizações, ou seja interessado em vender esse remédio amargo, informa de “relatórios de produção” dos cinco hospitais estaduais da capital geridos por Organizações Sociais da Saúde (OSS) mostra que eles atenderam 62 mil pessoas a menos no período analisado. A maior queda aconteceu no Hospital Geral do Grajaú, na zona sul da capital, administrado pelo Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês. Se comparados os primeiros quadrimestres de 2015 e de 2016, o número de atendimentos de urgência caiu de 108,6 mil para 61,5 mil, 43,4% a menos.

Segundo pacientes, nos últimos meses o centro médico passou a restringir os atendimentos do pronto-socorro a casos graves. A regra faz com que alguns pacientes com quadros menos complexos sejam recusados na triagem e orientados a procurar uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA). Ou seja a OSs serve para empurrar pessoas para o atendimento público e sugar dinheiro público. Isso segundo reportagem do Estado e não uma redação “esquerdista” como a desse portal.

Foi o caso da dona de casa Ariana Braga Ramos, de 24 anos, que procurou a unidade na sexta-feira, 29, com uma crise de hemorroida. Ao passar pela triagem, foi informada que não poderia ser atendida por um médico porque seu caso não era uma emergência. "Disseram que era para procurarmos uma AMA, mas não aceitamos porque outro dia trouxemos nosso filho aqui, nos mandaram para a AMA e lá não tinha médico. Desta vez, não aceitei e briguei para nos atenderem", afirma o pedagogo Antonio Eduardo Moreira da Silva, de 33 anos, marido de Ariana.

Após brigar para ser atendida, a dona de casa passou pelo clínico e descobriu que vai precisar se submeter a uma cirurgia

De norte a sul da cidade, as OSs atendem menos

Também registraram queda nos atendimentos de urgência os Hospitais da Pedreira, na zona sul, do Itaim Paulista, da Vila Alpina e de Sapopemba, todos na zona leste. No de Pedreira, administrado pela SPDM, o número de pacientes atendidos no pronto-socorro caiu de 97,9 mil para 91,2 mil no período analisado. As salas de espera lotadas, no entanto, mostram que a demanda continua alta. Na sexta-feira, um visor na entrada do pronto-socorro mostrava que a espera média por atendimento era estimada em quatro horas.

Foi o tempo que teve de esperar o estudante Jonatan Bertunes, de 18 anos, que chegou à unidade às 12h45, mas só conseguiu passar por um clínico por volta das 17 horas. "Ele estava com tosse com sangue, mas deram a classificação menos grave para ele e precisamos esperar todo esse tempo", diz a educadora Elizângela Bertunes, de 34 anos, tia do rapaz.

Mesmo casos classificados como mais graves não eram atendidos imediatamente. Um idoso de 86 anos, que chegou de ambulância encaminhado por um posto de saúde da região, esperou mais de uma hora para passar por um médico. Ele estava com falta de ar e vômito, e a suspeita era de uma pneumonia. "Tive de ir lá na sala das enfermeiras três vezes para falar que o caso era grave, só depois ele foi atendido", diz uma familiar do paciente, que não quis ter o nome revelado.

As OSs servem para o lucro não para os interesses da população

Trabalhadores da saúde denunciam há anos como as OSs precarizam o direito à saúde da população e servem somente para os lucros das entidades supostamente sem fins de lucros. A redação do Esquerda Diário conversou com Diana Assunção, pré-candidata a vereadora em São Paulo e que junto aos trabalhadores da USP estiverem meses em greve, entre outras pautas contra a desvinculação do Hospital Universitário, o que poderia abrir caminho as OSs. Segundo ela “as OSs servem para o lucro, para que empresas e os médicos associados tenham fontes de recursos diferentes e acabar com o direito à saúde pública. A reportagem mostra como ao contrário de melhorarem o atendimento, pioram e muito. São a cara cruel das privatizações dos tucanos em nosso estado. Coisa que o PT também fez no plano federal. Lutamos contra a desvinculação do hospital universitário porque sabemos que o plano de Alckmin é sucateá-lo e entrega-lo às OSs afetando milhões de moradores da Zona Oeste que tem nesse hospital uma referência para seu atendimento.” A pré-candidata concluiu afirmando “Lutamos por um SUS 100% estatal e controlado pelos trabalhadores e usuários.”

Com informações da Agência Estado




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