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FRANÇA GUERRA | Hollande reforça ações militares na Síria e no Iraque e o controle dentro da França

O presidente francês François Hollande anunciou que reforçará ações militares na Síria e no Iraque, mas também a segurança no próprio território francês, depois do atentado de Nice em 14 de julho.

segunda-feira 25 de julho de 2016 | Edição do dia

Foto: EFE

"A ameaça terrorista está aí (...) em um nível elevado" e "vai durar", de forma que "temos que nos defender em nosso território" e atuar "no exterior para erradicar o terrorismo", assinalou Hollande em uma declaração ao fim do quarto conselho restrito de segurança e defesa depois deste atentado.

A França enviará equipes de artilharia para que o exército iraquiano as receba no mês seguinte e, no fim de setembro, seu porta-aviões "Charles de Gaulle" voltará uma vez mais à região para aumentar a capacidade de ataque de seus caças, que todos os dias bombardeiam posições do Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

O presidente francês disse que seguirá apoiando a coalizão internacional contra o Estado Islâmico nestes dois países, ao mesmo tempo em que reiterou que a França não terá forças terrestres combatendo.

Para enfrentar os “riscos de novos atentados”, lembrou que esta semana o Parlamento prolongou outros seis meses o estado de emergência, e isto permitirá retomar os registros de domicílios sem ordem judicial, impor restrições de movimentos a pessoas ou fechar mesquitas.

Para justificar o aumento das medidas de controle internas, Hollande disse que o estado de emergência "não nos protege totalmente" e por isto justificou um aumento do dispositivo de segurança subindo até 10.000 os militares em “missão antiterrorista, com uma vigilância que se estenderá a eventos de verão e zonas turísticas”.

No mesmo sentido, “desde o final deste mês se mobilizaram 15.000 homens e mulheres" da reserva operativa da Gendarmeria e da Polícia Nacional, aos que se somaram os reservistas do exército, e mais a longo prazo a intenção é "constituir uma verdadeira Guarda Nacional".

O chefe de Estado aproveitou para defender seu governo das críticas por falhas no dispositivo de segurança no passeio dos ingleses de Nice quando aconteceu o ataque do último 14 de julho e em particular as acusações contra seu ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.

O deputado da Frente Nacional, Gilbert Collard, reiterou hoje estes ataques a Cazeneuve, ao afirmar que "o Ministro do Interior mentiu" sobre o número de policiais e sobre o dispositivo de Nice e "já teria que ter sido demitido".

"Temos um país que não está governado", disse Collard, cujo partido propõe, entre outras coisas, a expulsão dos estrangeiros que sejam condenados também por delitos de delinquência comum, fazendo notar que o autor da matança de Nice tinha sido sentenciado em maio por violências em um incidente de trânsito.

Doze pessoas, feridas neste atentado (mais de 330 chegaram a ser hospitalizadas), continuam em estado crítico, enquanto a cifra de mortos chegou a 84.

Tradução: Francisco Marques




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