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CRISE NA GRÉCIA | Hollande e Merkel discutirão resultado do referendo grego em Paris

O presidente da França, François Hollande, receberá amanhã à tarde a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, para avaliar as consequências do referendo grego, anunciou o Palácio do Eliseu neste domingo, poucos minutos após o fechamento dos colégios eleitorais na Grécia.

domingo 5 de julho de 2015 | 09:00

Em comunicado, a presidência francesa assinalou que a reunião, que será seguida por um jantar de trabalho, faz parte da "cooperação permanente entre França e Alemanha para contribuir para uma solução duradoura na Grécia".

A reunião de amanhã manifesta a vontade dos dois países de adotar uma posição comum, depois de esta semana terem sido colocadas em evidência as diferenças de estratégia em relação à Grécia após a convocação do referendo.

O governo Merkel, enxergando as dificuldades de Tsipras com o controle de capitais e a dependência de liquidez do BCE para manter os bancos funcionando, rechaçou a carta de compromisso do Syriza, aceitando todas as exigências da Troika em troca de um refinanciamento da dívida, à espera de que a vitória do Sim leve à queda de Tsipras. Hollande, por sua vez, se mostrou partidário de travar um acordo imediatamente.

O ministro de Economia da França, Emmanuel Macron, tinha sublinhado horas antes, quando os gregos ainda estavam votando, que mesmo caso o "não" ganhe o referendo, amanhã precisarão voltar a discutir um acordo com Atenas para impedir a saída da Grécia do euro.

Macron disse que nessa negociação o objetivo será "encontrar um compromisso para a Grécia baseado nas reformas, em uma dívida sustentável, em uma evolução da situação financeira -para o qual nós também teremos que fazer esforços, em um acompanhamento administrativo, político".

O ministro francês insistiu que "é evidente que a resposta a um ’não’ grego não pode ser uma saída automática do euro, e que a França trabalhará na construção de um compromisso".

Uma pesquisa divulgada hoje mostrou que 57% dos franceses querem que a Grécia permaneça na zona do euro, o mesmo percentual de há um mês, segundo uma pesquisa realizada pelo instituto BVA e publicada hoje pelo "iTélé" e pelo "Orange".

Quanto aos simpatizantes dos Republicanos, o partido conservador do ex-presidente Nicolas Sarkozy, a maioria é muito menos contundente: 50% contra e 47% a favor da saída da Grécia da zona do euro.

Sarkozy carregou ontem contra a estratégia de Hollande sobre a Grécia porque para ele não se podem buscar compromissos "com qualquer, e não qualquer compromisso".

Além disso, o ex-presidente francês insistiu que "Tsipras se colocou em uma situação impossível. Se o povo grego disser ’sim’ ao plano proposto pela Europa, é obrigado a sair. Se os gregos disserem ’não’, Tsipras não pode negociar, porque isso equivaleria a negociar com seus sócios europeus com um mandato ainda mais duro do que o de antes do referendo".

Isto é parte da interferência imperialista de França e Alemanha na Grécia, apesar de suas divergências táticas de como fazer o povo grego pagar pela crise.




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