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TENTATIVA DE GOLPE NA VENEZUELA | Guaidó aparece junto a Leopoldo López e chama os militares a um golpe de Estado

Guaidó convocou, na manhã desta terça, as Forças Armadas a realizarem um golpe de Estado em um vídeo em que ele aparece junto ao dirigente da direita Leopoldo López, que foi liberado de sua prisão domiciliar, e um grupo de militares.

terça-feira 30 de abril de 2019 | Edição do dia

Nas primeiras horas da manhã desta terça, Juan Guaidó, autoproclamado “presidente encarregado” com a permissão de Donald Trump, anunciou que “a família militar deu o passo definitivo” para unir-se a ele e conseguir “o cessar definitivo da usurpação”, chamando as Forças Armadas a um golpe de Estado.

O novo chamado golpista de Guaidó foi rapidamente apoiado pelo senador republicano estadunidense Marco Rubio e pela direita regional, com Colômbia e Argentina encabeçando.

O chamado foi feito em um vídeo em que ele aparece junto a um grupo de vinte militares e ao dirigente da direita Leopoldo López, que havia sido liberado de sua prisão domiciliar por militares dissidentes.

No vídeo, que foi gravado no distribuidor Altamira, perto da base aérea de La Carlota, que serve de sede do Comando Geral de Aviação, Guaidó pede para adiantar as mobilizações que foram convocadas para quarta-feira.

“O Primeiro de Maio, o cessar definitivo da usurpação, começou hoje”, assegura Guaidó, e segue “São muitos os militares... A todos os que estão nos escutando: é o momento, o momento é agora... Vamos recuperar a democracia e a liberdade na Venezuela”. Ao que parece ser uma nova tentativa golpista.

Guaidó também disse que: “Hoje, como presidente da Venezuela, como legítimo Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, convoco todos os soldados, toda a família militar, a nos acompanhar nesse feito, como sempre fizemos, realizado no marco da Constituição, no marco da luta não violenta”, assegura no vídeo em que aparece acompanhado do direitista opositor Leopoldo López, que se encontrava em prisão domiciliar.

“O chamado aqui em La Carlota (é) acompanhar esse processo do fim definitivo da usurpação que temos convocado a todo o momento e capacitação...”, assegura Guaidó.

Rapidamente o ministro de Comunicação, Jorge Rodríguez, informou que o Governo de Maduro está “enfrentando e desativando” um plano golpista em alusão ao pronunciamento feito por Guaidó, desde uma base aérea militar.

Indicando também que: “Informamos ao povo da Venezuela que neste momento estamos enfrentando e desativando um reduzido grupo de efetivos militares traidores que se posicionaram no distribuidor Altamira para promover um Golpe de Estado contra a Constituição e a paz da República”.

Da mesma maneira se pronunciaram altos representantes do governo, como Diosdado Cabello, o Ministro da Defesa, Padrino López que reportava “normalidade” nos quartéis, assim como o Fiscal Geral da República. Ainda que até o momento não se pronunciou Maduro.

O senador republicado estadunidense, Marco Rubio, saiu rapidamente pedindo “aos oficiais militares” que apoiem Guaidó. “Esse é o momento para que os oficiais militares na Venezuela cumpram com seu juramento constitucional e defendam o Presidente interino legítimo @jguaido neste esforço por restabelecer a democracia”, escreveu Rubio no Twitter em razão do anúncio de Guaidó.

Até o momento a ação não parece contar com maior força real nos quartéis, não se conhece pronunciamentos concretos em outros lugares. Por hora o pronunciamento tem sido a partir de fora da base aérea, não desde dentro, assim mesmo, os efetivos militares que rodeavam Guaidó no vídeo portavam uniformes da Guarda Nacional e não da Aviação, que é o componente a que responde a base de La Carlota. Porém, a liberação de Leopoldo López, que se encontrava detido, é um indicador de fratura em algum setor do aparato repressivo, questão que poderia expressar maiores fraturas ainda não evidenciadas do todo.

Guaidó ainda se mantém no distribuidor Altamira, chamando seus seguidores a concentrarem-se ali, de onde se reportam algumas ações de repressão governamental com bombas de gás lacrimogêneo. Por sua vez, o governo chama suas bases a concentrarem-se ao redor do Palácio de Miraflores. Espera-se por ver como continua o desenvolvimento dos acontecimentos durante o dia e como o governo retomará o controle no distribuidor Altamira. Tudo indica que se trata de um novo movimento da tentativa golpista que vem levando a cabo Guaidó desde finais de Janeiro com o apoio direto dos Estados Unidos.

Uma vez mais há de se repudiar e rechaçar toda essa nova tentativa golpista, o que não implica apoio ou aval político a Maduro. Como assinala a declaração da Liga de Trabalhadores pelo Socialismo (LTS) para este 1º de Maio publicada ontem, enquanto Guaidó se propunha a renovar o chamado a um golpe, na dita declaração chamam a forjar uma alternativa própria dos trabalhadores para enfrentar o golpismo pró-imperialista e as misérias a que Maduro submete o povo venezuelano.




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