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GREVE LABORTEX | Greve na Labortex acaba em acordo que favorece a patronal

Acabou nesta segunda-feira (21/09) a greve iniciada na ultima quinta-feira (17) na fabrica da Labortex em Santo André, a empresa com sede no ABC desde 1958

terça-feira 22 de setembro de 2015 | 23:30

Acabou nesta segunda-feira (21/09) a greve iniciada na ultima quinta-feira (17) na fabrica da Labortex em Santo André, a empresa com sede no ABC desde 1958, passou pela mão de especuladores nacionais e internacionais, até se consolidar hoje como um dos maiores fabricantes de Artefatos Técnicos de Borracha, especializada no desenvolvimento e produção de composto e peças destinadas a vários segmentos do mercado automobilístico de 2 e 4 rodas.

Uma fabrica que em Santo André, conta com cerca de 500 trabalhadores, teve a greve deflagrada após o fracasso nas negociações sobre as datas e valores no pagamento da PL (participação de lucros) nesse ano.

No ano anterior a PL havia sido depositada no mês de julho, sendo acordado na comissão de negociação um valor total de 1300 reais, neste ano porém, a empresa não pagou e nem deu nenhuma declaração sobre o assunto, algo que obrigou a direção sindical (sindicato dos borracheiros da grande São Paulo, dirigido pela Força Sindical) a reunirem os trabalhadores em assembleia no começo de agosto, para encaminhar as negociações, foi encaminhado na assembleia que os trabalhadores dariam um mês de prazo a empresa para a apresentação de uma proposta.

Após esse período a empresa apresentou uma proposta a comissão - formada por dirigentes sindicais, representantes da CIPA e membros da comissão de fabrica, o valor de 800 reais, em duas parcelas, uma em outubro e outra em abril, que foi rejeitada em assembleia deflagrando a greve.

Como a direção do sindicato conduziu as negociações

Desde o inicio a direção da Força Sindical, procurou buscar acordos alternativos a greve, mesmo não aceitando a proposta patronal de 800 reais, propunham um acordo de fechar a PL em 1000 reais, algo que foi rechaçado pelos trabalhadores, que conhecendo o ritmo de produção da fabrica achavam inaceitável um valor menor do que o ano anterior, de 1300 reais, com isso a instalação da greve foi inevitável, haviam setores da fabrica bastante convictos da chantagem patronal e da submissão que os dirigentes sindicais estavam tentando impor aos trabalhadores.

No segundo dia de greve nós do Esquerda Diário estivemos presentes na assembleia, para se solidarizar e conhecer mais de perto a luta desses trabalhadores, e tomamos conhecimento do caráter chantagista desses empresários, que durante o período de entrada do primeiro turno, se recusaram a servir o café da manhã, almoço, água, uso de banheiros e cancelaram o pagamento do adiantamento, que seriam depositados naquele dia.

O clima de revolta dos trabalhadores era entusiástico, um deles nos declarou : “Trabalhamos duro, nos queimando ou machucando em injetoras e máquinas antigas, cumprimos a produção diária, passamos pela última auditoria e ainda seguem negando pagar nossos direitos?”. Mesmo assim a direção do sindicato voltou a colocar em votação a proposta de acordo na PLR em 1000 reais, sendo pago em duas vezes, com abono dos dias parados. Todo o clima na assembleia era de não aceitar nenhuma proposta que fosse menor do que a PL do ano passado, e rejeitaram a proposta apresentada pelos dirigentes do sindicato.

Outro trabalhador entrevistado por nós após a assembleia de sexta-feira(18), nos informou os motivos que a empresa vem utilizando para reduzir o valor do beneficio, o trabalhador que preferiu não se identificar afirmou: “com a alta produção que existe na planta o discurso de crise tem pouca credibilidade entre os trabalhadores, assim a patronal vem se apoiando em um suposto roubo na contabilidade feito pelo antigo gerente de produção, mas se há tamanho desfalque por que não abrir os livros de contabilidades para os operários avaliarem o que há de rombo e o que há de lucro?”.

Questão essa que a Labortex não se propôs em momento algum a responder, e que a própria direção do sindicato não explica, e procura sempre usar como justificativa para sua proposta rebaixada.

Como terminou a greve na Labortex

Nessa segunda-feira o senário havia mudado bastante, vários encarregados e chefes da produção procuraram e assediaram trabalhadores por telefone durante o final de semana, convocando-os para trabalhar, algo que fere o direito de greve dos trabalhadores.

Nesse contexto o cenário da assembleia era muito diferente do que encontramos na sexta-feira, a empresa depositou o adiantamento, e o sindicato ao invés estar denunciando a ilegalidade praticada pela empresa durante o final de semana, estava com um discurso muito mais ofensivo contra os trabalhadores, afirmando que não conseguiriam segurar a greve por mais tempo, e que a intransigência dos trabalhadores só trariam piores resultados, pois a patronal havia aceitado o acordo de pagar a PL de 1000 reais, porém que agora exigia a compensação de 50% dos dias parados.




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