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DEMISSÕES | Greve na GM por PLR, e as 798 demissões suspensas?

Evandro NogueiraSão José dos Campos

sexta-feira 22 de janeiro de 2016 | 00:55

A greve na GM de São José dos Campos entra no quinto dia nessa sexta-feira, com bastante adesão dos trabalhadores, contra a proposta rebaixada de PLR da patronal. Em vídeo o diretor do sindicato, Macapá, explica sobre os lucros da empresa e sua total condição de pagar a PLR exigida pelos operários. Mais uma vez, o que vemos é a patronal descarregando os custos da crise sobre os trabalhadores e por isso essa greve é legítima e merece todo apoio para que seja vitoriosa.

Apesar disso, causa certo estranhamento que nada seja dito, ao menos no site do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, sobre a situação dos 798 trabalhadores que entraram em lay-off (suspensão temporária de contrato de trabalho), após uma dura greve de 14 dias em agosto do ano passado (uma das mais longas dos últimos 20 anos), ter barrado as demissões que a patronal havia anunciado por telegrama. Em uma matéria do dia 24 de agosto de 2015, no site do sindicato, pode-se ler “Esses mesmos trabalhadores entrarão em lay-off em setembro, por um período de cinco meses. A data exata de início e término do lay-off ainda não está definida.” Embora não exista data definida, existe um prazo de cinco meses, que se completa em fevereiro, daqui a dez dias.

Desde então, teve luta por aumento salarial na fábrica, teve trabalhador acidentado e até cipeiros sofrendo repressão, além da atual luta pela PLR, mas sobre as 798 demissões, nenhuma palavra. Se por um lado o sindicato aparentemente esqueceu aquelas demissões suspensas, a patronal não, como pode-se ler em matéria do jornal Valor, do último dia 20, na primeira oportunidade, lá vem a ameaça, “Em nota, a montadora diz lamentar a rejeição de suas propostas [de PLR rebaixada] e a paralisação do complexo industrial. No texto, a multinacional, que em agosto suspendeu as demissões de quase 800 operários, voltou a indicar que poderá adotar novas medidas para reduzir custos trabalhistas na fábrica.”

A separação entre as lutas de demandas econômicas, como aumento salarial ou PLR, da luta contra as demissões só serve para a patronal, que consegue passar mais facilmente seus ataques. A atual greve deveria estar sendo articulada já como parte de uma campanha contra as demissões, que podem reaparecer a qualquer momento, especialmente daqui a dez dias, quando vence os cinco meses do lay-off. Nós, do Movimento Revolucionário de Trabalhadores, MRT, temos insistido para que o PSTU, partido majoritário na direção do Sindmetal de SJC e da CSP-Conlutas, coloque toda a força possível dessa central para travar verdadeiras batalhas de classe, que possam barrar definitivamente as demissões e os objetivos da patronal descarregar a crise sobre os trabalhadores, dando exemplos para que demais fábricas possa se inspirar.




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