Milhares de jovens secundaristas e estudantes encheram as ruas das cidades da Alemanha hoje para protestar contra o racismo, tanto dos novos movimentos de direita como do governo alemão
sexta-feira 29 de abril de 2016 | Edição do dia
“Não queremos viver no mundo do racismo e das deportações”. Assim sintetizou Tabea, militante da Juventude Comunista Revolucionária de Berlim, sua motivação para sair às ruas hoje junto com milhares de estudantes secundaristas, universitários e terciários em mais de 16 cidades do país.
Em Berlim, Munique, Brêmen, Dresden, Colonia, Frankfurt e outras cidades, organizações de jovens e de refugiados chamaram a participar em uma “greve estudantil contra o racismo, as deportações e a guerra”.
Para esta ação organizada, se formou uma coordenação nacional em fevereiro sob o nome de “Juventude contra o racismo”. Em seu chamado à jornada de hoje, destacam a ameaça dos novos fenômenos de direita como Pegida ou “Alternativa para Alemanha” assim como os ataques violentos contra os refugiados e os centros de acolhida. Por outro lado, afirmam que o Estado alemão e o governo de Merkel foram justamente os que assentaram as bases para o auge destes movimentos de direita que adquirem traços cada vez mais fascistas. Pois é o próprio governo que implementa as restrições dos direitos de asilo, que leva adiante as guerras que geram mais refugiados. O mesmo governo que pactua com o sangrento governo turco de Erdogan para assegurar que os refugiados não passem mais as fronteiras da “fortaleza Europa”.
Contra estes movimentos reacionários, os jovens se jogam a construir uma nova solidariedade entre estudantes, trabalhadores e refugiados, em vez de deixarem-se separar pelas políticas racistas do Estado e os movimentos de direita.
Levantam consignas como “abrir as fronteiras”, “abaixo as leis racistas”, “pelo direito de residência e todos os direitos democráticos para os refugiados”, “pelo direito ao trabalho e à sindicalização para os refugiados”, “pelo acesso completo e gratuito à educação”, “pela construção de moradias”, “contra as guerras imperialistas”, “pela solidariedade com o povo curdo”, “contra a violência policial” e “pela auto-organização”.
Os militantes da Juventude Comunista Revolucionária advogam pela convergência concreta das lutas dos refugiados, os estudantes e os trabalhadores. Hoje vão marchar junto com trabalhadores do Jardim Botânico de Berlim que estão em luta, pela unidade da classe trabalhadora, contra a política racista que tenta separar os refugiados do resto dos assalariados. Durante todo o dia de hoje, nas contas do Facebook de Klasse Gegen Klasse e do Izquierda Diario pode-se seguir esta jornada de luta diretamente da Alemanha.
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