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RIO DE JANEIRO | Greve da educação no RJ: governo e justiça ameaçam e polícia reprime com violência professores e alunos

Repressão do governo do Estado do Rio de Janeiro e sua policia, enquanto enrolam nas negociações e justiça quer corte de ponto. Greve dos professores já dura quase quatro meses.

Ronaldo FilhoProfessor da rede estadual do RJ

quinta-feira 30 de junho de 2016 | Edição do dia

O profissionais da educação do RJ (SEPE) em greve a quase quatro meses, realizaram ontem uma assembleia com a presença de mais de 1500 participantes onde votaram pela continuidade da greve e se negaram a pedir uma audiência de conciliação para o dissídio com o governo, o que na prática prolonga o período de negociações dando mais tempo para pressionar em relação a pauta salarial negada até agora.

Ocorreu paralelo à assembleia uma audiência com o representante do governo na ALERJ, deputado Albertasi, para tratar de cinco pontos básicos da pauta. Ele indicou que em troca do compromisso do Sepe em acabar a greve o governo cederia em relação a lei de 1/3 de planejamento pedagógico indicando que poderia cumprir integralmente para todos os professores até 2018 e não 2019 como antes, além de sancionar a lei de 30h para funcionários que estava condicionada ao fim da greve. Não houve mudanças no calendário de pagamento e no enquadramento que será pago 2016 ainda este ano e 2013, 14, 15, parcelados em 24 vezes a partir de 01/2017.

O SEPE, sindicato dos profissionais da educação, mudou o pedido de reajuste por incorporação do auxílio alimentação e transporte ao salário, mas isso foi negado também. Amanhã haverá nova audiência com o secretário de educação Vagner Victer que apenas se comprometeu a ouvir os professores para levar a pauta ao governador em exercício Dornelles. Tudo indica que estão manobrando as negociações para junto às ameaças de corte de ponto e abusividade da greve acabar com a mobilização da categoria.

Após assembleia professores e estudantes saíram em marcha até o TJRJ, parando a trânsito do centro e de parte da cidade. A decisão de ir em ato até lá se deu, pois essa semana o desembargador Milton Fernandes de Souza rejeitou o mandato de segurança do SEPE que impedia o corte de ponto. Ao chegarem ao Tribunal, foram brutalmente atacados pela polícia que nem mesmo esperou que o ato chegasse à frente do prédio para atirar bombas, spray de pimenta em quem se aproximava e pedras em professores e estudantes, perseguindo-os pelas ruas ao redor. Como saldo da ação, um estudante preso, mas que foi solto devido à pressão exercida pelos manifestantes que não deixaram a viatura sair e muitos feridos a golpes de cassetete que precisaram ser hospitalizados no Souza Aguiar. Pessoas sangrando, em desespero, uma professora brutalmente agredida por vários polícias ao tentar impedir que levassem preso o estudante.

Os policias estavam agindo de forma descontrolada, batendo indiscriminadamente em quem estivesse no caminho. Pessoas que passavam pelo local e garis que trabalhavam no momento sofreram os efeitos do gás. Mais um episódio de violência gratuita por parte do Estado contra pessoas que buscam não só melhores condições de trabalho e educação, mas por uma política a favor da população e não da elite governamental e judiciária que domina o Rio de Janeiro, enquanto usufruem de seus super-salários nós que pagamos a conta pela crise.




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