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Boicote midiático | Greve da MRV enfrenta dono da CNN acusado de utilizar trabalho escravo

Recentemente Rubens Menin, dono da MRV, tem expandido seus negócios no ramo comunicacional. Em 2019 comprou a CNN Brasil e nos últimos meses adquiriu a rádio Itatiaia. A influência de Rubens Menin entre os empresários das comunicações contribuem para o boicote midiático à greve dos trabalhadores da MRV que já dura mais de um mês. Não suficiente o ativismo empresarial dos meios de comunicação, escondem escândalos relacionados ao uso de trabalho análogo à escravidão nos canteiros de obra da MRV.

sexta-feira 13 de agosto de 2021 | Edição do dia

Foto: Reprodução/Uol

Recentemente Rubens Menin, dono da MRV, tem expandido seus negócios no ramo comunicacional. Em 2019 comprou a CNN Brasil e nos últimos meses adquiriu a rádio Itatiaia. A influência de Rubens Menin entre os empresários das comunicações contribuem para o boicote midiático a greve dos trabalhadores da MRV que já dura mais de um mês. Não suficiente o ativismo empresarial dos meios de comunicação escondem escândalos relacionados ao uso de trabalho análogo a escravidão nos canteiros de obra da MRV.

Quando Rubens Menin comprou, junto ao arquireacionário Dougla Tavolaro, um dos articuladores do apoio de Edir Macedo a Jair Bolsonaro, uma hipocrisia deslavada estava evidente. A CNN, que fazia parte do projeto Freedom Project, que diz lutar para conscientização sobre a contemporaneidade do trabalho escravo e pela punição dos responsáveis, era adquirida por um magnata que estava incluído na lista suja do trabalho escravo.

A MRV, foi autuada 5 vezes entre 2011 e 2014 por fazer uso de trabalho em situações análogas à escravidão em seus canteiros de obra. Em 2013, chegou a ser condenada, pela 1° Vara do Trabalho de Americana, a pagar R$ 4 milhões por danos morais pela prática de trabalho escravo em uma obra de um condomínio residencial em Americana.

Situações similares já ocorreram com a empresa em Macaé (RJ), em 2014, Contagem (MG), em 2013, Bauru (SP) e Curitiba (PR), em 2011. Em 2012 a MRV foi alvo de uma representação do Ministério Público do Trabalho, que relacionava o crescimento rápido da empresa à exploração irregular sistemática de mão de obra nos canteiros. Na época, Rubens Menin ascendia com um dos novos bilionários do país que se beneficiavam dos acordos com o Estado, inclusive sendo aclamado mentor do "Minha Casa, Minha Vida", subsidiado pelos governos do PT.

Não suficiente, ainda este ano, uma operação realizada em 13 de maio nas cidades de Porto Alegre e São Leopoldo no Rio Grande do Sul resgatou 16 trabalhadores em situações degradantes de trabalho. A MRV, hipocritamente, se esquiva da acusação pelo dos aliciamentos terem sido realizados por empresas terceirizadas.

O Esquerda Diário foi reconhecido pelos operários da MRV por dar projeção nacional e internacional a greve e rompendo o boicote e isolamento imposto pela mídia empresarial. Quando fazemos este tipo de mídia militante e operária consideramos que estamos dando um exemplo de solidariedade que pode ser decisivo para vitória de greves como a dos trabalhadores da MRV em Campinas.




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