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DEMISSÕES NAS MONTADORAS | Greve continua na Ford do ABC

Em assembleia trabalhadores decidem manter a greve após Sindicato dos Metalúrgicos do ABC anunciar que não chegou a um acordo com a patronal.

quarta-feira 16 de setembro de 2015 | 00:34

Em assembleia trabalhadores decidem manter a greve após Sindicato dos Metalúrgicos do ABC anunciar que não chegou a um acordo com a patronal, e como medida “de luta” levou centenas de trabalhadores a uma Marcha em defesa do Governo Dilma.

Governo que ontem anunciou um corte na “carne” de 7 bilhões dos salários dos servidores federais e programas sociais. Segundo Rafael Marques, presidente do sindicato, essas medidas precisam ser estudadas pois se esse for o caminho para tirar o país da crise, que assim seja.

Por parte da direção do sindicato, a assembleia teve objetivos claros. Por um lado dialogar com a patronal da Ford, que apresentou uma proposta dura de acordo, e por outro legitimar entre os trabalhadores grevistas os ajustes anunciados ontem pelo governo que se liga diretamente ao ato em frente a FIESP organizado pela central na manhã desta terça.

Para o sindicato as projeções feitas pela Ford para 2016 são pessimistas, e é com esse sentimento que querem dialogar, e convencer a patronal que as medidas apresentadas ontem pelo governo Dilma, vão em defesa do lucro patronal. Segundo Rafael Marques: “sabemos que o governo levou ao congresso nacional sua proposta de orçamento para 2016, e nessa proposta previa 30 bilhões de déficit no orçamento, esse foi o principal fator que fez o país ter sua nota rebaixada”, porém, “as medidas anunciadas ontem, se forem aprovadas pelo congresso não terá déficit no ano que vem, passará a ter superávit”. Assim a empresa seguirá lucrando, mesmo que para isso precise descarregar todo o peso da crise econômica nas costas dos trabalhadores.

A reunião entre sindicato e patronal teve como principal elemento de acordo o PPE, que no caso da Ford sairá (caso seja aprovado em reuniões posteriores) com 30% de redução da jornada e salário. Para o sindicato essa proposta pode ser melhorada, e para todas as outras como: redução em 50% da PLR, data base, abono, congelamento da tabela salarial em 12 meses, podem ser discutidas em negociações permanentes, proposta que já havia sido feita a patronal a dois meses atrás pelo sindicato. Porém, qualquer negociação com empresa deve passar pela reversão das demissões que chegam a 203 nesse momento e podem aumentar para 451 em 2016. O acordo foi rejeitado pelo sindicato, com a ressalva do PPE, que como temos denunciado, é a principal alternativa que a CUT propõe como saída para a crise econômica.

"Esse mundo não é de santo, isso reforça mais o ato que vamos fazer na paulista!"

Essa afirmação da principal liderança do sindicato é bastante simbólica, bem como os portões fechados ao final da assembleia para garantir que todos os grevistas ali presentes fossem parte de um ato que tinha como objetivo principal a defesa do PT e não de seus postos de trabalho, sem redução salarial. A CUT, ao invés de organizar uma forte resistência ao desemprego - que só na região do ABC está em 13% - com métodos clássicos do operariado, como piquetes e cortes de avenida, direciona todo esse potencial na defesa de um governo que longe de atender aos interesses dos trabalhadores, tem fechado acordos que privilegiam a burguesia nacional e internacional.

Ford, Mercedes, Volks e todas as montadoras necessitam de um plano unificado de luta exigindo que o sindicato rompa já com o governo e o PPE e coordene a resistência nas fábricas de conjunto.




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