Josefina L. MartínezMadrid | @josefinamar14
quinta-feira 9 de julho de 2015 | 02:00
O governo grego solicitou formalmente hoje um terceiro programa de resgate, através de uma carta do ministro das Finanças. O governo está empenhado em implementar cortes no sistema de pensões e aumentar os impostos a partir da próxima semana.
Na carta, a que Bloomberg teve acesso, inclusive, o governo grego solicitou um programa de resgate de três anos financiado pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade.
O ministro argumenta que o financiamento será usado para "pagar as obrigações da dívida" da Grécia e para garantir "estabilidade financeira".
E disse que "de acordo com os princípios deste programa", a Grécia concorda em implementar "medidas de reformas". Que no que diz respeito às reformas no sistema de pensões e de impostos poderia ser aplicada "a partir da próxima semana", e que incluirá outras medidas para "modernizar a economia". Por sua vez, agrega que os detalhes das reformas será apresentado na quinta-feira, dia 9.
No que diz respeito à dívida, não incluía a palavra "quitar", nem "reestruturação", diz-se de forma muito geral que a Grécia vai procurar que se "explorem medidas" para que a dívida seja "sustentável" e "viável ao longo prazo".
Finalmente, ele garante que a Grécia está "comprometida com os seus credores" e que quer pagar suas dívidas com o FMI.
Para descartar a hipótese de uma "Grexit" (trocadilho em inglês de "Grece" com "exit", que significa a saída da Grécia da União Européia), a carta reitera o compromisso "para permanecer dentro da UE".
A carta vem após a cúpula extraordinária dos chefes de Estado da União Europeia, de onde se voltou a lançar um ultimato para a Grécia, para apresentar o seu plano de reforma esta semana, sob a ameaça de saida do euro se não for aprovado esse plano.
No sábado (11 de julho) haverá uma reunião extraordinária dos Ministros da Economia e Finanças do euro, e no dia seguinte (12 de julho), uma nova cúpula extraordinária dos vinte membros da UE será realizada. Previamente, a Troika irá avaliar o pedido de resgate e as propostas apresentadas pelo governo grego apresente nessa quinta-feira.
Embora todo o programa de reforma será apresentado amanhã em detalhes, parece que o governo está se preparando para assinar um acordo contrário à vontade expressa maciçamente no referendo de domingo.
Milhões de trabalhadores e jovens votaram pelo NÃO com a intenção de dizer NÃO à Troika e NÃO para os cortes nos direitos. Mas na mesa de negociações do governo está a concessão de mais cortes junto à Troika. O resgate não será para favorecer o povo grego, mas de continuar a pagar as absurdas dívidas.
