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ARGENTINA | "Governo de Macri está no caminho certo" diz Secretário de Estado dos EUA

Após reunião com o atual presidente argentino, Secretário de Estado dos EUA se mostrou muito satisfeito com as políticas privatistas e ajustes, como os tarifaços e cortes de direitos dos trabalhadores, que vem sendo aplicados no país latino.

sexta-feira 5 de agosto de 2016 | Edição do dia

John Kerry se reuniu com o presidente da Argentina Mauricio Macri nesta quinta-feira (04) em Buenos Aires. Não escondeu a satisfação com as políticas privatistas e os ataques de seu governo contra os trabalhadores argentinos. Kerry, assim como Obama, fica entusiasmado com as multinacionais americanas controlando o país, às custas de tarifaços, demissões e cortes de direitos. "O caminho certo" para Kerry é aquele que fortalece a hegemonia americana, os bancos e os empresários, passando a conta da crise para a classe trabalhadora pagar.

Em coletiva de imprensa o Secretário de Estado dos EUA comemorou as "reformas" em andamento, sinalizando que atacar os direitos trabalhistas, demitir e privatizar é o que arranca elogios do imperialismo. O que para eles é "cooperação" na prática significa entregar a Argentina para os capitalistas americanos, enquanto a pobreza aumenta no país, os preços sobem e a população trabalhadora, com seus salários desvalorizados pela inflação, se desdobra para garantir a comida na mesa.

Kerry considera "importantes e corajosas" as decisões de Macri. Decisões que envolvem, por exemplo, reduzir impostos das grandes empresas exportadoras e aumentar todo o custo de vida dos trabalhadores para que paguem pela farra dos milionários. Pode ser também que Karry esteja se referindo aos "Decretos de Necessidade e Urgência", que marcaram o autoritarismo do presidente ainda no início do seu governo. E para legalizar a dura repressão contra os trabalhadores que se revoltem com esse governo, o "protocolo antipiquete" ataca o direito de manifestação e mobilização, reservando à polícia o julgamento de qual protesto é permitido e qual deve ser criminalizado, como denunciaram as lideranças do PTS.

Outra medida do governo Macri que agradou profundamente a direita e o imperialismo foi o pagamento da dívida, ou "fundos oportunistas", entregando bilhões ao capital financeiro internacional.

O Secretário de Estado americano não elogiou o presidente argentino pelas acusações no escândalo de corrupção Panamá Papers. A corrupção, prática que se mostra cada vez mais comum aos políticos capitalistas, não parece ser problema nas negociações com o imperialismo. Pouco importa também que os trabalhadores estejam sofrendo com a carestia de vida, o desemprego, ou estejam criminalizados pelas medidas autoritárias do governo. Um governo que dá certo, aos olhos do imperialismo americano, é aquele que garante os interesses das grandes empresas às custas do empobrecimento e da exploração da classe trabalhadora.




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