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AEROVIÁRIOS | Governo dará socorro bilionário a Latam e outras cias aéreas mesmo com demissões em massa

Isto torna ainda mais absurda a demissão de 2 mil pessoas que a Latam anunciou nos últimos dias, pois pode receber bilhões em breve.

terça-feira 16 de junho de 2020 | Edição do dia

Desde abril o governo federal vem negociando com alguns setores pacotes de “salvamento” para as empresas, que na verdade significam os governos injetarem dinheiro público para garantir o lucro das empresas. Um destes setores são as companhias aéreas, como a Latam que está demitindo 2 mil funcionários.

Saiba mais: Aeroviários: nos organizar já contra as demissões anunciadas pela LATAM em todo o país

Mesmo com algumas dificuldades nas negociações, notícias do fim de maio dão conta de propostas por parte do governo federal da compra adiantada de R$ 500 a R$ 600 milhões em passagens das três principais companhias aéreas brasileiras, Gol, Latam e Azul. Além disso, está sendo discutido um pacote de R$ 4 bilhões para as três companhias, onde R$ 2,4 bilhões viriam do BNDES, um sindicato de bancos formado por Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil entraria com R$ 400 milhões e o outros R$ 1,2 bilhões seriam levantados no mercados.

Esses valores iriam para as empresas através de debêntures simples (75%) e de bônus de subscrição (25%). Os debêntures são títulos de dívidas destas empresas que seriam comprados pelo BNDES e pelos bancos, e o bônus de subscrição são preferências nas compras futuras de ações. Essas discussões são para as empresas exigirem condições ainda mais favoráveis para si neste pacote, com o objetivo de garantir lucros, e ao mesmo tempo, aplicando demissões em massa, como estamos vendo em distintas filiais pelo mundo, como Chile e Brasil. Um pacote para o Estado assumir o risco dessas empresas, enquanto demitem milhares.

Importante notar também que a Latam, que nos últimos 4 anos até 2019 acumulou lucros de US$ 700 milhões (cerca de R$ 3,48 bilhões na cotação de 10/06/2020), entrou no final de maio com um pedido de reestruturação nos Estados Unidos de suas filiais do Chile, Colômbia, Equador, Peru e Estados Unidos. As filiais do Brasil, Argentina e Paraguai ficaram de fora. Assim que foi iniciado este processo, que permite a empresa renegociar suas dívidas, alguns de seus maiores acionistas, como a família Cueto, do Chile, e a Qatar Airways, levantaram US$ 900 milhões (R$ 4,47 bilhões) para ajudar neste processo de renegociação e pagamento de dívidas.

A Latam vinha também em um processo de crescimento até o ano passado, quando bateu o recorde de passageiros, e quando a Delta Air Lines, companhia aérea americana, comprou 20% de suas ações por US$ 1,9 bilhão (R$ 9,45 bilhões).Dessa maneira, vê-se que há dinheiro e que pode até vir mais, porém a Latam prefere demitir seus funcionários em meio a pandemia e uma crise econômica histórica para buscar salvar seus lucros.

Nós do Esquerda Diário damos todo o nosso apoio aos mais de 2 mil trabalhadores demitidos da Latam, levando nossa solidariedade e apoiando suas iniciativas no combate a este ataque, para que não seja os trabalhadores a pagarem por essa crise. Neste momento, é fundamental que se convoquem assembleias do sindicato para organizar a luta com manifestações, paralisações etc. para barrar as demissões.

APOIE: Moção contra as demissões na LATAM. Parlamentares, intelectuais e entidades assinam moção contra as absurdas demissões na LATAM

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