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EDUCAÇÃO | Governo corta investimentos em universidades federais, que chega a R$ 3,38 bilhões

Na mesma lógica de políticas como a PEC 55 – que congela gastos públicos com saúde e educação por vinte anos –, o governo Temer e seus aliados golpistas continuam cortando verbas para a manutenção e investimento nas universidades federais; corte já iniciado pelo governo Dilma. Nos últimos três anos, houve redução de R$ 3,38 bilhões no orçamento.

sexta-feira 1º de setembro de 2017 | Edição do dia

Tesourômetro instalado na Universidade Federal de Minas Gerais em julho deste ano (Foto: Divulgação)

Na mesma lógica de políticas como a PEC 55 – que congela gastos públicos com saúde e educação por vinte anos –, o governo Temer e seus aliados golpistas continuam cortando verbas para a manutenção e investimento nas universidades federais; corte já iniciado pelo governo Dilma. Nos últimos três anos, houve redução de R$ 3,38 bilhões no orçamento.

Ao mesmo tempo, o número de alunos nas instituições dobrou, passando de 589 mil em 2006 para 1,1 milhão em 2015. Segundo reportagem do Estadão, os dados são do Ministério da Educação e do Censo da Educação Superior.

Os cortes afetam diretamente a vida acadêmica, a qualidade do ensino que os alunos recebem e naturalizam o desperdício com gastos já realizados e não aproveitados. Afetam desde o número de bolsas para os alunos, investimento em excursões exploratórias, manutenção de equipamentos de custo milionário que estão quebrados há anos, até a manutenção do investimento em limpeza – o que obviamente atinge setores de trabalhadores super precarizados, como são os terceirizados neste setor.

Na Universidade Federal do ABC, na unidade de Santo André, por exemplo, os professores estão usando seu tempo de pesquisa e preparação de aulas e atividades para fazerem a manutenção de equipamentos de laboratório, necessários ao andamento das aulas e pesquisas. O professor Herculano Martinho que coordena os laboratórios diz: “É trabalho que deixa de ser publicado, dissertação que não é defendida e projeto que fica parado”.

Este sucateamento das federais faz parte do projeto da classe dominante de reduzir cada vez mais o gasto do Estado com investimentos na educação, e passar ao setor privado os lucros e determinação das orientações pedagógicas e acadêmicas. Em várias universidades estaduais, vemos o mesmo processo ocorrer. Exemplos são: a Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a UERJ, está em vias de extinção completa, encontrando hoje uma profunda resistência de luta de alunos e trabalhadores de lá; a Universidade de São Paulo, USP, passa há anos por cortes em bolsas, planos de demissão em massa, e projetos de privatização dos restaurantes e do Hospital Universitário, apresentando também uma grande luta de resistência.

Os dados mostram que a política de expansão das universidades foi recheada de demagogia, aumentando o número de vagas, ao mesmo tempo em que diminui os recursos; e mesmo assim, a imensa maioria dos jovens brasileiros continua não podendo cursar o ensino superior. A própria declaração da assessoria do governo Temer deixa claro que a intenção não é responsabilizar o Estado pelo investimento em educação superior; disse que o montante dos gastos em 2014 é decorrência de campanha eleitoral e que o orçamento deste ano é mais “realista”. Realista de acordo com os interesses dos setores privados da educação que vão embolsar bilhões do dinheiro público, e não com os interesses dos jovens de ter acesso à educação pública e de qualidade.




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