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ELEIÇÕES DIRETAS | Governistas barram votação da PEC de eleições diretas para presidente

A base governista barrou nesta quarta-feira, 14, a votação da admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permite eleições diretas para presidente da República até o fim do primeiro semestre de 2018.

quarta-feira 14 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Maioria no colegiado, deputados da base rejeitaram requerimento para incluir a PEC na pauta de votações de hoje da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O pedido havia sido apresentado pelo deputado José Guimarães (PT-CE), líder da minoria na Casa, mas foi rejeitado por 33 votos a 9. Outros 5 deputados obstruíram a votação, quando o voto não é computado.

A PEC alvo do requerimento foi apresentada pelo deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), um dos decanos na Câmara, com 11 mandatos, e prevê que, caso o presidente e o vice caiam entre o terceiro ano e os seis meses antes do término do mandato, o novo chefe da Nação será escolhido por eleição direta.

Atualmente, a Constituição prevê que, se tanto o presidente quanto o vice forem derrubados nos últimos dois anos do mandato, a nova eleição deve ocorrer de forma indireta. Se a queda acontecer nos dois primeiros anos do mandato, a eleição é direta, via voto popular - o que não é alterado pela PEC de Miro.

A PEC ganhou relevância em meio à possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar o mandato do presidente Michel Temer em ação que pedia a cassação da chapa Dilma-Temer nas eleições presidenciais de 2014 por abuso de poder econômico. Caso isso ocorra, um novo presidente terá de ser escolhido.

Parlamentares aliados a Temer criticaram a tentativa de votação da PEC. O deputado Danilo Forte (PSB-CE) afirmou que a proposta é inadequada para o momento de crise pela qual o Brasil passa. Já o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), vice-líder do governo na Câmara, chamou a matéria de "casuísmo".

"As pessoas que acham que PEC é contraditória para o momento e que acreditam que governo Temer acabou. Essa emenda tem que existir independente do governo Temer", rebateu o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), favorável à proposta.

Miro e Amin dizem que o presidente da CCJ, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relatou a eles que o Planalto o pediu para não colocar a PEC em votação. A avaliação seria de que a proposta, se aprovada, fragilizaria Temer. Serraglio nega pressão e diz que foi apenas consultado sobre a constitucionalidade da matéria, da qual diz ter dúvidas.




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