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DECLARAÇÃO PRASS | Goleiro Prass do Palmeiras escancara violência no país e ressalta violência policial

Após mais um brutal assassinato cometido pela Policia Militar de SP – agora, contra uma criança de 10 anos – até mesmo personalidades públicas já não conseguem conter o repúdio às ações de uma das instituições mais assassinas do mundo. O goleiro lembrou também de outros casos de violência que marcaram as ultimas semanas, como o estupro coletivo sofrido por uma garota no Rio e os seguidos confrontos entre torcidas.

terça-feira 7 de junho de 2016 | Edição do dia

No jogo deste domingo entre Flamengo e Palmeiras, após conflito entre torcidas, vimos mais uma vez a PM reprimindo violentamente dentro de um estádio, desta vez usando gás de pimenta e atingindo até mesmo os jogadores, o que causou revolta de parte deles que se manifestaram com declarações na saída do campo. Fernando Prass, goleiro do Palmeiras, foi além em suas críticas e ao ser questionado em rede nacional, mexeu em uma ferida que seguramente a rede Globo – que historicamente justifica as ações repressoras das polícias brasileiras – não esperava transmitir ao vivo:

– Não é o futebol. É o nosso país que está assim. A gente viu o que aconteceu há uma semana, no Rio de Janeiro, com a menina, aconteceu agora em São Paulo, com o garoto de 10 anos. Isso é o fim do país, uma criança de 10 anos ser morta pela polícia, independente da versão. Ela estando armada ou não. Na verdade, não sei qual é a pior.

A contundência desta declaração de Fernando Prass demonstra nitidamente um repúdio à crescente violência no Brasil, pois toca em temas importantes discutidos recentemente, que vão muito além do futebol e, na maioria dos casos, a polícia está envolvida diretamente como protagonista ou coadjuvante nos fatos. Exaltamos a atitude e coragem do jogador do Palmeiras e nos propomos a ir além na denúncia ao papel genocida da polícia brasileira.

Como bem disse Prass claramente revoltado, independentemente da versão que PM e a mídia tentam encenar,’uma criança de 10 anos foi morta pela polícia’. Este é o fato e como apontamos na matéria linkada, embora haja todo um movimento para justificar a ação da polícia ’campeã mundial’ em manipular cenas de crimes e forjar autos de resistência, familiares e seu amigos que estava no carro, houve uma execução de uma criança com um tiro na cabeça.

A falácia de ’mais um caso isolado’ de execuções policiais há tempos já não cola mais quando apresentados os números e notícias cotidianas do que se passa nas periferias, morros e favelas pelo país, explicitando o caráter racista e elitista desta corporação assassina.

Mesmo quando a polícia assume ’papel coadjuvante’ na violência ela não é menos opressora. Lembremos de outra atrocidade citada pelo goleiro, o caso da menor que sofreu o estupro coletivo no Rio, apesar da ação repugnante não ter sido cometida por policiais, foram amplamente divulgadas imagens e áudios de policiais em seus perfis sociais que questionavam e deslegitimavam a denúncia como se a menina ’merecesse’ ou tivesse ’procurando por onde’ já que ela teria amizade anterior com os estupradores. Tão brutal também foi a ação do delegado afastado que além de deslegitimar a denúncia da vítima na mesma linha, oprimiu a garota seguidas vezes nas seções de depoimento. Não é novo todo este ’procedimento’ deplorável por parte de policiais, basta ler as seguidas denúncias de mulheres e organizações feministas que lutam contra a cultura do estupro.

E ainda que concordemos com Prass de que ’não é só o futebol, é nosso país que está assim’, não podemos deixar de citar que mesmo no futebol a polícia é protagonista da violência e, na verdade, em articulação com as instituições que mandam no esporte – Globo, CBF, federações, políticos ladrões de merendas, etc – fazem campanhas e ações incessantes com a estratégia deelitizar e afastar o povo dos estádios seja com ingressos caros, seja com ataques às organizadas e ao absurdo de jogos com torcida única e ainda reprimindo de maneira semelhante a que praticam fora dos estádios, pouco importando se lá estão crianças e famílias.

Torcemos para que assim como Prass, outros jogadores e figuras públicas do meio se empenhem em denunciar o genocídio da juventude negra e pobre pela polícia e ainda mais, denunciar e lutar contra o que sofrem as mulheres e contra LGBTfobia.

Vemos como consequência da barbárie capitalista a chamada ’violência’, e ao contrário da tentativa da grande mídia e de ideólogos elitistas de abstrair e generalizar o termo como se os membros de todas as classes sociais sofressem potencialmente dos mesmos males sendo igualmente vítimas, é uma tentativa, na verdade, de esconder números esmagadores que concretamente apontam uma violência sistêmica, fruto da degeneração, miséria e desigualdade do capital e que há alvos claros: a juventude negra, as mulheres e o povo pobre, vítimas reais do braço armado do estado, conhecido como polícia e que tem que acabar!




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