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ELEIÇÕES 2018 | Globo aconselha Bolsonaro, o defensor da ditadura, a fazer "frente democrática"

quinta-feira 11 de outubro de 2018 | Edição do dia

FOTO: Reprodução

No editorial de Globo de hoje, sob o título de Bolsonaro também poderia propôr frente ‘democrática’ contra o PT, os chefes do jornalismo golpista insultaram a inteligência dos brasileiros. Dando uma prova da decadência do jornalismo empresarial, a Rede Globo tenta comparar o defensor da ditadura militar, apologista do torturador Brilhante Ustra, com o PT.

O objetivo da Globo é claro, no editorial afirmam que o apoio político à Venezuela e a proposta de uma Constituinte, abandonada pelo PT, seriam uma ameaça à democracia. Criticam a possibilidade de apoio de Marina e FHC à Haddad contra Bolsonaro. Sua conclusão no artigo é que:

“À rigor, Bolsonaro também poderia propôr uma frente democrática contra o PT[...] E seria recebido também com certa dose de desconfiança.”

Leia no link o editorial: “Bolsonaro também poderia propôr frente ‘democrática’ contra o PT”.

Os editores da Globo cometeram o famoso “ato falho” dando um breve retrato do que existe dentro de suas mentes empoeiradas pelo Golpismo: um Bolsonaro que poderia “vender” a defesa da democracia, sendo ele mesmo defendsor aberto do período da ditadura militar ocorrido no Brasil, que ele chama de “Revolução de 64”.

Aos olhos da Globo, podendo “fingir” que não está envolvido com dezenas de militares que falam abertamente em golpe, como Augusto Heleno, ou que ainda sobre o assassinato do Mestre Moa do Catendê declarassse “quem levou facada fui eu, Bolsonaro poderia pagar de “democrático” contra um PT “bolivarianista”. Cabe perguntar se na "frente democrática" de Bolsonaro e da Globo, cabe espaço para os autores dos mais de 50 ataques realizados por apoiadores de Bolsonaro em todo o país.

Assim como Bolsonaro, aconselhado pela Globo, tenta fingir comedimento dizendo que respeitaria a constituição, a Globo por sua vez também é mestra em fingir que não apoiou a ditadura militar no Brasil. Mas a apoiadora do autoritarismo dos juízes e do golpe institucional não engana ninguém.

No fundo, apesar de posar de descolada no “Amor&Sexo”, na realidade os editores do Globo frequentaram a mesma escola política do MBL: se por um lado convidam artistas da periferia e da favela para se apresentar no programa de Fernanda Lima, de outro lado suaviza a imagem do candidato que defende a brutal repressão policial nas favelas que tem como resultado inúmeras mortes de inocentes. É fácil entender porque, afinal de contas a Globo é uma das grande patrocinadoras da intervenção federal no RJ.

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Dentro do peito de seus editores, uma camisa verde-amarela golpista anti-Venezuela, anti-esquerda, que finge não admitir mas vê com bons olhos um candidato que diz que vai acabar com o “ativismo fiscalizatório” do Minstério do Trabalho que pune os capitalistas criminosos que usam trabalho escravo, em defesa dos parceiros escravagistas do “Agro é Pop”.

Já em relação aos ataques contra a democracia em nome de um regime mais autoritário, defendido por Bolsonaro, a Globo bate palmas. O problema da democracia, para a Globo, é que além dela ser cara, atravanca os ataques contra os trabalhadores, e um governo autoritário de Bolsonaro poderia ser a resposta para este problema da burguesia nacional sangue-suga.

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A Globo está sedenta pela privatização de pelo menos 50 estatais anunciada por Bolsonaro, e para isso pouco importa o racismo, a LGBTfobia e o machismo do candidato. Além disso, está de olho na Reforma da Previdência que Temer não conseguiu implantar, e que Bolsonaro está propagandeando em troca do apoio. Afinal de contas, dentreos negócios dos Marinho estão os regime de previdência privados.

A Globo critica o apoio à Venezuela única e exclusivamente porque é apoiadora da intervenção imperialista na América Latina. Está do lado do “esquálidos” (direita venezuelana) golpistas e afirma que o regime seria uma ditadura. Logo a Globo, que apoiou a intervenção americana em toda a América da década de sessenta que culminou em sanguinárias ditaduras na América Latina.

É a cara da burguesia nacional brasileira que não tem nenhum projeto próprio para o país e depende do apoio do imperialismo norte-americano para existir, morrendo de medo dos trabalhadores, camponeses, mulheres, negros e dos mais pobres se levantarem contra os privilégios destes bilionários que vivem no nosso suor e da precarização de nossas vidas.

Esta classe golpista e reacionária, que hoje está ao lado do endurecimento do estado e da retirada de direitos democráticos e que incita por trás dos bastidores os grupos armados contra os sindicatos, a esquerda e os trabalhadores, só poderá ser derrotada pela via da luta de classes. Contra a entrega das riquezas nacionais e o autoritarismo crescente da classe capitalista, não vai através de pactos pela democracia, como tentou Maduro na Venezuela e como tenta Haddad e o PT nos dias de hoje, para manter a estabilidade do regime.

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Somente pela via da mobilização independente dos trabalhadores ao lado de todos os oprimidos é que é possível impor a defesa de uma democracia muito mais generosa, exercida pelos trabalhadores e não pela casta política, impondo que todo juiz e político receba o mesmo salário de uma professora e seja eleito e revogável à qualquer momento; assim como impor que sejam os capitalistas que paguem pela crise, com o não pagamento da dívida pública para financiar saúde, educação, moradia e emprego.




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