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GOVERNO BOLSONARO | General que comandou repressões no Haiti e no Congo será Secretário de Bolsonaro

O General Santos Cruz, escolhido por Bolsonaro para Secretaria de governo, foi quem comandou as tropas da ONU no Haiti entre os anos 2007 e 2009, reprimindo brutalmente trabalhadores(as) e violando direitos democráticos básicos.

segunda-feira 26 de novembro de 2018 | Edição do dia

O escolhido por Bolsonaro, nasceu em Rio Grande (RS) e se formou general na Academia Militar das Agulhas Negras (Resende/ RJ), comandou as tropas da ONU na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) entre 2007 e 2009 e fez parte do grupo de conselheiros da ONU para a revisão do reembolso aos países contribuintes de tropas em missões que de "paz" só tem o nome.

O general entrou para a reserva do Exército Brasileiro em dezembro de 2012, assumiu a chefia de assuntos militares da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República. No ano seguinte, voltou para ativa, designado pelo Secretário Geral da ONU, como comandante das tropas na Missão das Nações Unidas para a “Estabilização” da República Democrática do Congo (Monusco).

As primeiras tropas chegaram em junho de 2004, o Brasil - com Lula à frente - negociou mandar tropas brasileiras para conquistar uma cadeira na ONU. O PT já era parte do acordo internacional de repressão sistemática aos povos haitianos após uma catástrofe em Porto Príncipe, capital do país.

As tropas foram para Haiti e Congo com um discurso falacioso de “paz”, “pacificação” e “estabilização”. Na prática, essa "pacificação" estava a serviço de manter os haitianos sob a repressão internacional de outros países, sobre o comando do imperialismo para conter sua população, que foi a primeira a lutar por sua independência e fazer revolução, tornando-se uma república.

O papel criminoso das tropas

Existem milhares de denúncias contra as atrocidades cometidas pelos soldados em missão. Logo após o desastre, a solidariedade da classe trabalhadora internacional mostrou sua potencialidade: muitos alimentos e mantimentos foram enviados ao Haiti de todos os lugares do mundo, mas os soldados não distribuíam: trocavam por "obrigações sexuais", no caso das mulheres (ou seja, estupravam mulheres), e por serviços gerai, no caso dos homens. Além disso, algum morador que não possuísse no que eles julgam “boa conduta” era agredido ou mesmo assassinado sob as mais diversas formas de violação dos direitos humanos.

O contrato das "missões de paz" acabou em 2017, no então governo golpista de Temer e, por isso, Bolsonaro não terá um governo com tropas no Haiti e no Congo, mas quer garantir que a experiência assassina e atroz seja representada no seu governo com a indicação do General Cruz para sua secretaria.

O próximo ano precisa ser de muita organização e resistência, pois os ministérios formados pelo Bolsonaro, além do agora secretário de governo, mostram que vai reinar a exploração, ataques e violação dos direitos (e já contam com 5 militares em sua equipe), mas a força dos trabalhadores e da juventude pode ser capaz de derrotar esses ataques.




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