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ESPECIAL CONTRA AS DEMISSÕES NA GM | GM demite 517 para manter lucros bilionários!

sexta-feira 5 de fevereiro de 2016 | 00:46

A GM realmente não quer dar moleza para os trabalhadores em São José, começou o ano com aquela proposta de PLR rebaixada, que só melhorou porque deu de cara com uma forte greve de seis dias, mas logo em seguida emendou essas 517 demissões, que já tinham sido barradas em agosto do ano passado, com outra greve muito forte, de catorze dias.

Todo mundo sabe que essa história de crise eles usam pra justificar tudo, aproveitando pra sugar mais ainda a peãozada e demitem centenas para manter a margem de lucro crescendo, afinal, o Onix continua liderando entre os carros mais vendidos do país, a mesma coisa a S10 e nos EUA e na Europa a GM também tá vendendo muito carro pra vir falar de crise. Tanto é verdade que estão repassando a bolada R$ 9 bilhões para os seus acionistas, é dinheiro demais pra falar que a empresa está com dificuldades e precisa demitir. Além do que foram aí três anos na última redução do IPI, que já significava uma forma do governo repassar dinheiro para manter o lucro dessas empresas.

Ano passado em São Caetano a GM demitiu 550 trabalhadores, além de ter demitido cerca de 4 mil em todas as unidades por meio de PDV (Plano de Demissão Voluntária), agora em fevereiro as plantas de Gravataí e Joinville, no sul, estarão em férias coletivas e em São José dos Campos querem enfiar goela abaixo essas 517 demissões – sem falar que até clube dos funcionários a GM fechou em 2015, em São Caetano e em São José. A hipocrisia e ganância dessa patronal é tanta que enquanto fazem tudo isso, no salão do automóvel em Detroit anunciaram que entre 2016 e 2017 os lucros da empresa devem ser de dois dígitos! Se a empresa diz que está passando por dificuldades, então deveria mostrar sua contabilidade, mostrar o quanto é reservado de “salário” para os acionistas.

Somente uma forte greve pode barrar as 517 demissões e outras que possam vir

O governo Dilma e o PT não inspiram confiança em ninguém, são tão corruptos e serviçais dos grandes empresários quanto era o governo FHC e os tucanos. São os aliados da Dilma na CUT, no sindicato dos metalúrgicos do ABC e em Taubaté que aplicam o Plano de Proteção ao Emprego (PPE), que na verdade só serve pra reduzir salário dos trabalhadores, mais uma vez repassar dinheiro público para garantir os lucros das empresas e não garante estabilidade no emprego. Não adianta continuar chamando Dilma e PT para defender nossos postos de trabalho, a única forma para isso é construindo uma forte greve que barre as demissões, o que infelizmente não foi preparado com antecedência na GM de São José nesse ano de 2016, onde todos sabíamos que o lay-off estava acabando, a fábrica já estava em greve contra o PLR rebaixado, mas a diretoria do sindicato não abriu uma discussão para unificar as pautas e já iniciar o combate às demissões.

Nós do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), viemos na porta da fábrica apoiar a greve do PLR e não entendemos porque o sindicato não estava fazendo esse debate com os trabalhadores, pois seguir separando essas duas lutas apenas enfraqueceu as chances de reverter as demissões.

Diana Assunção, dirigente do MRT e diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP

"A GM argumenta que precisa demitir para contrabalançar a queda nas vendas de automóveis, uma completa mentira diante dos lucros bilionários que conseguiu na América Latina em geral, e no Brasil em particular, como denunciamos no Esquerda Diário. A direção da GM está demonstrando que não pensa duas vezes em privar quase mil famílias de seu sustento, apenas para que a sua imensa margem de lucro se mantenha crescendo. Isso é criminoso, um absurdo. As 517 demissões anunciadas são um ataque não apenas aos trabalhadores da GM, mas à nossa classe. A burguesia industrial em todo o país opera demissões em massa, aproveitando a situação dos ajustes aplicados pelo governo Dilma, discutidos com os partidos da oposição de direita e com os empresários no Conselho de Desenvolvimento, o ‘Conselhão’, com a participação da burocracia sindical da CUT, CTB e Força Sindical, além das patronais da Votorantim, da Gerdau, Ambev, e de bancos como o Itaú e o Bradesco. Todos juntos pelo ajuste e as demissões.”

Maíra Machado, professora da rede pública e diretora da APEOESP pela Oposição Alternativa

“É preciso desafiar a ‘ordem dos ajustes’ dos partidos capitalistas num grande movimento nacional de luta, com a primeira tarefa de barrar as demissões na indústria, que só em 2015 perdeu 600 mil postos de trabalho. Os ataques seriais desta patronal imperialista só podem ser detidos na luta de classes. A burocracia sindical é um grande obstáculo a se superar, já que CUT, CTB, UGT e Força Sindical realizam uma divisão do trabalho para paralisar e isolar os conflitos para que se sufoquem e não se coordenem, contendo a vontade de luta dos trabalhadores como fez nas montadoras do ABC paulista, em Contagem e outras regiões do país. Reivindicamos a combatividade dos operários da GM na luta pela PLR, e achamos que uma verdadeira batalha contra as demissões passa por se dirigir à base dos trabalhadores das centrais sindicais da CUT, CTB, Força Sindical, para que juntos exijamos que rompam sua imobilização em defesa de seus privilégios e levantem um plano comum de combate aos planos patronais.”

Felipe Guarnieri, cipeiro da Linha 1-Azul do metrô de SP

"Desde agosto de 2015 nós do MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores), em diversas oportunidades, nas reuniões da CSP-Conlutas, temos chamado o PSTU, que dirige o Sindicato dos Metalúrgicos de SJC, para que seja feita uma ampla campanha em torno da defesa dos postos de trabalho na GM, fazendo dessa fábrica uma verdadeira trincheira para os trabalhadores do país terem um exemplo de como enfrentar a situação de ataques da patronal de do governo, com seus métodos de luta e com independência de classe. Uma luta consequente na GM teria a potencialidade de servir de exemplo para todos os trabalhadores, de todas as categorias, e ser uma demonstração a todos os que temem por seus empregos de que a CSP-Conlutas poderia ser uma alternativa distinta do sindicalismo da CUT. Poderia assumir uma potencialidade política, de demonstrar como os trabalhadores podem fazer com que a crise seja paga pelos ricos, e emergir como um novo ator no crítico cenário nacional, também marcado pela crise política. Buscar solidariedade de outros setores, colocar em pé uma campanha contra as demissões, é uma necessidade urgente, é possível vencer apenas lutando”.

Jéssica Antunes, diretora do Centro de Estudantes de Letras – USP

“Nós estudantes trazemos nosso apoio incondicional aos trabalhadores da GM que se enfrentam com essas centenas de demissões, nos colocando totalmente a disposição para fortalecer sua luta em defesa dos postos de trabalho. Vimos como os estudantes secundaristas derrotaram o governo Alckmin ocupando as escolas e as ruas. Os trabalhadores podem muito mais, são quem produz tudo em nossa sociedade e por isso são os únicos capazes de desferir os golpes decisivos para dar um basta na ganância sem limites dessas empresas que demitem centenas enquanto seus lucros são bilhões. Chamamos todos os centros acadêmicos de estudantes da esquerda e especialmente a ANEL para somarmos força em uma grande campanha unificada contra as demissões na GM.”




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