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REVOLUÇÃO RUSSA | Fundação Santo André debate o papel das mulheres na Revolução Russa

terça-feira 10 de outubro de 2017 | Edição do dia

Essa semana aconteceu na Fundação Santo André a semana de ciências sociais que comemorou o centenário da Revolução Russa. No último dia a mesa contou com Vera Cotrim e Maíra Machado para desenvolverem o tema a cerca das “mulheres na revolução russa.”

Ambas discorreram sobre a importância das mulheres em processos revolucionários, mas em especial a revolução russa que se iniciou com uma greve de mulheres, trabalhadoras operárias têxteis, que deram o ponta pé a maior Revolução da história da humanidade.

Os sonhos e as aspirações bolcheviques após a tomada do poder eram imensas, instituíram lavanderias, creches, restaurantes públicos, coletivos, as casas tinham equipes que passavam limpando todos os apartamentos, essas foram medidas concretas para livrar as mulheres das tarefas domésticas.

Vera também apontou as contradições do processo, partindo que na Rússia um país totalmente atrasado, com uma massa de analfabetos e camponeses, as dificuldades em efetivar a luta e reconstruir a sociedade eram importantes, então em meio às conquistas de um processo que do ponto de vista histórico foi muito curto, obviamente tiveram limites que não apagam ou minimizam em nada a magnitude do processo revolucionário.
As mulheres conseguiram pela primeira vez na história ter direito ao divórcio, poderiam decidir com quem queriam passar o resto de suas vidas e sem obrigações econômicas poderiam se ver livres de seus maridos, tinham o direito a decidir.

O aborto foi descriminalizado, então as mulheres poderiam decidir ter seus filhos ou não, no capitalismo o aborto é criminalizado em vários países até hoje, o mas ao mesmo tempo o estado não garante condições plenas para que as mulheres sejam mães. Mas que acima de tudo as mulheres pudessem ter condições de ser mães, feito que o capitalismo não é capaz de garantir até hoje. Haviam vários debates a cerca da maternidade, se as crianças deveriam viver sobre o afeto dos país, se deveriam ter uma educação mais científica e independente, o debate sobre as resoluções era algo sempre muito vivo.

Maíra iniciou colocando que acima de tudo os bolcheviques e os trabalhadores russos tiveram a possibilidade de sonhar, de debater sobre tudo de maneira aberta, ampla e livre, que a revolução permitiu os trabalhadores de sonharem e pensar as formas mais incríveis e mirabolantes de como reconstituir a sociedade.

Que hoje as nossas possibilidades e sonhos no capitalismo são muito baixos, pequenos, por que nessa sociedade de classes é impossível pensar em emancipação, que a maior utopia é acreditar que no capitalismo podemos ser livres.

A ideia como objetivo eram que todos pudessem se relacionar livremente, sem obrigações ou amarras, que as crianças também tivessem um cuidado coletivo, tomado pelo conjunto da sociedade, com educação de qualidade, acompanhamento médico e chegaram a cogitar inclusive uma cidade só de crianças com alguns profissionais que auxiliariam as crianças no seu dia a dia, ou seja que só uma revolução de tamanha magnitude pudesse ter aspirações como essa, de pensar de maneira livre a sociedade.

Na revolução a família deixa de ter o peso econômico, para virar uma livre associação entre os indivíduos que poderiam se relacionar como bem quisessem, mas que depois o Stalinismo adotou medidas brutais de retrocessos a essas conquistas como por exemplo, a criminalização da homossexualidade e o aborto, voltou a defender a família e que as mulheres tomassem para si seu papel biológico de reprodução, inclusive incentivando as mulheres que tivessem mais filhos seriam honradas, teriam méritos de mães da Rússia.

E anos após a tomada do poder a burocratização fruto das posições stalinistas e os retrocessos frente a luta dos trabalhadores e com a queda do muro de Berlim e a restauração burguesia com a contribuição do Stalinismo as mulheres foram apagadas da história, pouco se fala do papel das mulheres neste processo.

A revolução teve suas contradições, os desafios foram enormes, internos e externos para manter uma revolução de tal magnitude, mas as mulheres sempre serem lembradas e reivindicadas pelo papel decisivo que cumpriram, mas que ainda dê tudo é em base a esses exemplos que devemos nos espelhar e lutar hoje contra o capitalismo e todas as formas de opressão para que possamos nós, abrir caminho para o novo e pra poder sonhar como puderam os bolcheviques.




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