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Frente a debandada do DEM, Rodrigo Maia ameaça aceitar pedido de impeachment contra Bolsonaro

O deputado Federal Rodrigo Maia, presidente da câmara dos deputados até hoje (01) quando a casa decide seu sucessor, ameaça aceitar algum dos pedidos de impeachment contra Bolsonaro caso o DEM, seu próprio partido, abandone a candidatura de Baleia Rossi (MDB), seu candidato.

segunda-feira 1º de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados

De acordo com o Jornal folha de São Paulo, em reunião na casa de Rodrigo Maia ontem, o deputado elevou o tom quando seu próprio partido, DEM anunciou uma suposta neutralidade em relação a votação para a sucessão de Maia na presidência da câmara dos deputados. 16 deputados da sigla de Maia declararam intenção de votar no candidato de Bolsonaro Arthur Lira (PP), evidenciando o desgaste do capital político de Maia.

Maia alega ter pareceres favoráveis ao impeachment e que poderia no seu último dia na liderança da casa aceitar o processo o que, de acordo com analistas, poderia causar bastante transtorno na câmara, mesmo que ao final não fosse aceito pelos mais de dois terços da casa, mínimo necessário para provação.

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De acodo com Maia, a pressão pelo impeachment vem da esquerda do bloco de Baleia Rossi, composta por partidos como PDT, PT, PC do B e PSOL, que aumentaram a pressão sobre ele após o anúncio da debandada do DEM.

Ainda ontem à tarde, parlamentares que apoiam Baleia Rossi estiveram em reunião com ACM Neto, presidente do DEM para cobrar uma postura dele e do partido quanto a debandada. Mas de acordo com o G1, teria sido o próprio ACM Neto, e apoiado por nomes de peso da sigla, que defendeu a neutralidade do partido, uma suposta neutralidade já que mais da metade da bancada do DEM já anunciou voto em Arthur Lira, candidato do presidente.

O impeachment tem sido uma política defendida por um espectro amplo de políticos, da direita à esquerda, partindo de figuras como Alexandre Frota (PSDB) e Joice Hasselmann (PSL), passando pelo PDT e defendido também por PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCB, PCO e UP. Muito longe de uma política de interesse dos trabalhadores, o impeachment é uma forma de mudar o presidente mas sem questionar esse regime fruto do golpe institucional pois preserva suas instituições degradadas ao relegar à Câmara de Deputados e ao Senado a retirada do presidente favorecendo a troca de cadeiras entre a burguesia no poder, pois significa a troca da camarilha burguesa que comanda o país.

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As principais centrais sindicais do país, como CUT e CTB, dirigidas respectivamente pelo PT e o PC do B, participam de uma divisão de tarefas com esses partidos onde seu papel é manter os trabalhadores imóveis para que as camarilhas políticas partidárias negociem políticas como o impeachment tranquilamente com o interesse de se localizar nesse regime apodrecido. É preciso desde já que as centrais sindicais rompam esse imobilismo e essa divisão de tarefas e organizem um movimento nacional de trabalhadores para barrar os ataques dos governos e das patronais e tenha condições de tomar as rédeas da situação no país.

A eleição para a sucessão ao cargo de presidente da câmara acontece hoje, assim como a eleição para sucessão a presidência do Senado. Acompanhe aqui, pelo Esquerda Diário, o desenrolar desses acontecimentos ao longo do dia.

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