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#AnasseSorbonne | França: a extrema direita xenófoba quer impedir Anasse Kazib de falar na Sorbonne

Pequeno grupo de extrema-direita francesa inicia campanha contra a ida de Anasse Kazib (militante do Révolution Permanente, organização irmã do Esquerda Diário) à Sorbonne para falar em um ciclo de conferências presidenciais organizado por estudantes da universidade. Fotos dos cartazes abertamente racistas, xenófobos e anti-esquerda colados na frente da faculdade geraram indignação nas redes, com milhares exprimindo seu repúdio à ação e sua solidariedade a Anasse.

Lina HamdanMestranda em Artes Visuais na UFMG

terça-feira 8 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

Anasse Kazib, militante trotskista ferroviário de origem imigrante, representa o Révolution Permanente em campanha pelo seu direito de ser candidato às eleições presidenciais francesas, lutando contra a lei antidemocrática no país. Seus apoiadores e camaradas de organização que estudam na Sorbonne o propuseram para participar de um ciclo de conferências sobre as eleições presidenciais nesta que é uma das principais universidades do país para que ele possa apresentar suas ideias e seu programa, algo historicamente realizado também por outros candidatos.

Porém, dessa vez, a extrema-direita racista e xenófoba quer impedir a fala de Anasse. Um pequeno grupo chamado "Os Nativos", oriundos da dissolução do "Geração Identitária", iniciou uma campanha colocando cartazes na região do bairro universitário de Paris. No cartaz há a foto de Anasse sob os escritos: 0% francês, 100% wokista*, 100% islamista. Os estudantes militantes organizadores do evento também estão sofrendo intimidações.

No twitter, Anasse denunciou o ataque da extrema-direita e imediatamente entrou nos trending topics da França, com milhares de compartilhamentos e apoios de figuras de um amplo espectro político, além de jornalistas, intelectuais e artistas.

O ferroviário já sofreu ameaças de morte desde o início de sua campanha porque em seu lançamento não tinham bandeiras tricolores da França, algo que nenhum outro candidato foi acusado.

Essa ofensiva da extrema-direita para impedir que a esquerda fale nas universidades é uma reação aos últimos anos de intensa luta de classes na França, da qual Anasse Kazib foi uma das figuras operárias centrais de importantes lutas, levantando uma política revolucionária. É essa perspectiva política disruptiva dos trabalhadores, intimamente ligados às lutas dos negros, imigrantes, das mulheres, LGBTs, dos bairros populares e da juventude, que a extrema-direita francesa quer calar.

Internacionalmente, a rede internacional Esquerda Diário (da qual pertence o Révolution Permanente, organização de Anasse Kazib) presta solidariedade e chama a todos a se posicionarem contra os ataques xenófobos e racistas da extrema-direita francesa a um candidato racializado, de origem imigrante, trabalhador, vindo dos bairros populares, de esquerda, anticapitalista e revolucionário.

* wokista: termo atualmente usado pela direita para atacar a geração de jovens que se levanta (vem do inglês wake: levantar) e se politiza contra o sexismo, o racismo e em defesa do meio ambiente.

Saiba mais: 250 artistas e intelectuais, como Alain Badiou, assinam pela candidatura de Anasse Kazib.




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