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França: Renault Lardy. Os terceirizados em greve contra a supressão de postos de trabalho

Após o anúncio de 4.600 cortes de emprego na França, a sangria continua no grupo Renault. Em particular os trabalhadores de contrato temporário e os terceirizados como no “Technocentre du Lardy” onde 70 empregos são ameaçados e onde os terceirizados entraram em greve no dia 2 de julho.

segunda-feira 6 de julho de 2020 | Edição do dia

Centro tecnológico de Lardy em 27 de março de 2020, os empregados protestam contra a manutenção das atividades em plena crise sanitária. Foto: LP/Gerárd Moruzzi.

O plano de economia da Renault começa a cobrar seu preço. Depois de anunciar 15.000 demissões pelo mundo, com 4.600 na França, e ameaçar fechar as fábricas de Choisy-le-Roi e Maubeuge, são os terceirizados que pagarão a conta. No Technocentre du Lardy em Essonne, que conta com 60% de técnicos e 40% de quadros, são mais de 500 trabalhadores de contratos privados que trabalham lado a lado com os 1.300 funcionários do grupo Renault.

A terceirização na Renault não é por acaso. É um modo de operação que vai desde a logística até os bancos de testes de motores, tudo para criar ainda mais insegurança, colocar os funcionários em competição e, assim, poder se livrar deles enquanto os pedidos caem ou quando os patrões querem economizar. Como podemos ver hoje, com mais de 25 bancadas de teste de motores paradas na Renault Lardy, 70 funcionários que realizavam verificações nessas bancadas de teste de motor perderão seus postos.

O setor de pesquisa e desenvolvimento está na mira da administração do grupo Renault

Hoje, todos os setores do grupo Renault são afetados pelo plano de economia anunciado pela administração após a crise sanitária. Na Renault Guyancourt, por exemplo, 1.500 postos de trabalho na engenharia estão ameaçados. Mas os cortes de empregos serão ainda mais importantes nos terceirizados, onde não haverão saídas voluntárias, mas sim demissões diretas. Assim, o CGT da Renault Lardy (Central Geral de Trabalhadores) prevê que a administração deseja cortar 600 postos de trabalho de prestadores de serviços.

Greve dos terceirizados na Renault Lardy contra a supressão de postos de trabalho

A administração da Renault alega que os cortes de empregos e o desligamento das bancadas de testes de motores no Technocentre du Lardy não têm nada a ver com o plano de economia do grupo Renault. No entanto, a queda significativa na atividade e o desligamento das bancadas de teste de motores são os primeiros desde que o Technocentre existe. Em resposta, os trabalhadores entraram em greve por uma hora na quinta-feira, 2 de julho, para protestar contra essa decisão. E por boas razões, pois é provável que a sangria de empregos não pare por aí – já que, para alcançar a tal economia de 2 bilhões com a qual a administração conta, pretende-se obter ganhos de produtividade, o que significa que muitos postos de trabalho ainda vão desaparecer.

5 bilhões de dólares em empréstimos garantidos pelo estado ... para financiar demissões

A saída da austeridade acaba de começar não apenas no grupo Renault, mas em todo o setor automotivo. Enquanto isso, o governo Macron está alocando US $ 8 bilhões para "apoiar a indústria automobilística", diz ele. Mas, na realidade, esse dinheiro público acabará nos cofres da patronal, enquanto os trabalhadores sofrerão com demissões, cortes de salários e fechamento de fábricas. É por esse motivo que é imprescindível a coordenação de todo o setor automobilístico para impor nenhum corte de emprego, proibição das demissões e a rejeição de todos os Acordos de Desempenho e Competitividade para reduzir salários. Os terceirizados,tão precarizados quanto os trabalhadores temporários que já estão pagando pela crise com ondas de horas-extra desde o início da quarentena – todos juntos precisamos nos organizar para nos recusarmos a pagar pela crise.




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