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PRIVILÉGIOS POLÍTICOS | Forças Armadas compraram 140 mil quilos de bacalhau e 500 garrafas de uísque com dinheiro público

O escândalo das compras milionárias pelo Ministério da Defesa e o governo Bolsonaro não para de ter novos dados. Desta vez foi divulgada a compra de cerca de 150 mil quilos de bacalhau e 500 garrafas de uísque e conhaque.

sábado 13 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil

Este ano está sendo marcado pela descoberta dos gastos alimentícios exuberantes do governo Bolsonaro e seus ministérios, com especial atenção às compras do Ministério da Defesa e Forças Armadas. O escândalo começou com o gasto de milhões com leite condensado e chicletes, que segundo o Ministério, forneceria potencial energético para os militares, além do chiclete auxiliar na higiene bucal. Em seguida se descobriu o churrasco pago com dinheiro público que comprou 700 toneladas de picanha e 80 mil cervejas.

Novos dados oficiais, obtidos através de informações que são repassadas pelos próprios militares ao Painel de Preços do Ministério da Economia, foram divulgados, mostrando que em 2020 foram aprovados processos de compra de 140 mil quilos de lombo de bacalhau, além de 9,7 mil quilos de filé do mesmo peixe. Para beber, foram compradas mais de 500 garrafas de uísque e conhaque, entre elas, opções nobres envelhecidas 12 anos, com valor por garrafa de cerca de R$150,00.

Esses dados estão em um relatório apresentado à Procuradoria-Geral da República (PGR) por deputados do PSB que vêm recolhendo os dados de gastos das Forças Armadas com produtos alimentícios desde o começo do escândalo.

Não só são milhares de produtos nobres, como também há indícios de superfaturamento, em que os processos licitatórios aprovados eram com empresas que cobraram valores mais altos para cada produto.

Nesta quinta-feira, 11, por meio de uma nota oficial, o Ministério da Defesa somente declarou que “reitera seu compromisso com a transparência e a seriedade com o interesse e a administração dos bens públicos” e que “eventuais irregularidades são apuradas com rigor”. Não só isso, acrescentou que os casos que estão sendo divulgados são injustos, visto que “apresentar valores totais de processos licitatórios homologados como sendo valores efetivamente gastos constitui grave equívoco”.

Entretanto, não estão sendo apresentados os valores dos processos licitatórios, e sim, somente os processos que foram aprovados, ou seja, os valores totais apresentados correspondem aos aprovados e pagos com dinheiro público.

A cada semana um novo escândalo é descoberto. É absurdo que as Forças Armadas e o governo Bolsonaro utilizem dinheiro público para tais compras. Enquanto o governo aprova inúmeros ataques contra a classe trabalhadora, com reformas, MPs, privatizações e demissões, corta o auxílio emergencial, deixa milhares morrerem pela pandemia, gastos superfaturados escancaram os privilégios dos políticos.

Leia mais: R$ 15 milhões do leite condensado de Bolsonaro pagaria 2 parcelas de auxílio emergencial para 25 mil pessoas




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