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PRIVILÉGIOS DE MILITARES | Forças Armadas intensificam pressão para ficarem de fora da Reforma da Previdência

Enquanto o governo Bolsonaro prepara uma Reforma da Previdência para fazer os trabalhadores e o povo morrerem trabalhando sem nunca se aposentar, o Ministro da Defesa e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica fazem política em defesa dos privilégios dos militares.

quinta-feira 17 de janeiro de 2019 | Edição do dia

Fernando Azevedo e Silva, Ministro da Defesa. Foto: Fátima Meira/Futura Press

Edson Pujol, comandante do Exército; Ilques Barbosa, comandante da Marinha; Antonio Carlos Bermudez, comandante da Aeronáutica; Fernando Azevedo e Silva, Ministro da Defesa. 4 dos principais nomes das Forças Armadas do governo Bolsonaro já pediram para que os militares fiquem de fora da Reforma da Previdência que promete arrasar o direito a aposentadoria de milhões de brasileiros.

Os militares têm sido um importante apoio para o avanço do autoritarismo no país, com o apoio ao golpe institucional de 2016 e às eleições manipuladas de 2018, que contaram com a prisão arbitrária de Lula pela Lava Jato e a proibição de sua candidatura, além da proteção dada às Fake News e à corrupção de Bolsonaro pelo judiciário.

Um dos principais objetivos de Bolsonaro é a Reforma da Previdência, que junto das privatizações serão um imenso presente para os capitalistas que apoiam Bolsonaro e pretendem aumentar seus lucros neste governo inimigo dos trabalhadores e do povo pobre.

Mas os militares vêm fazendo política para evitar que a casta de que fazem parte perca alguns dos privilégios que já têm no regime atual de aposentadoria.

O comandante do Exército disse à Folha de São Paulo: "você aceitaria a retirada de algum direito?". Uma imensa hipocrisia, já que retirar direitos é justamente uma grande missão do governo Bolsonaro, que já declarou que as leis trabalhistas "têm que se aproximar da informalidade".

Na nomeação do comando da Marinha, o Ministro da Defesa defendeu "um regime diferenciado" para os militares, sendo apoiado pelo comandante da Marinha: "a posição da Marinha é a posição do ministério da Defesa".

No Brasil os militares aposentam mais cedo e recebem mais facilmente o salário integral, sem terem um teto para recebimento do benefício. Enquanto os trabalhadores do setor privado podem receber no máximo R$ 5.645, um militar pode se aposentar com até R$39.300, um privilégio semelhante ao de políticos e juízes.

Somente as pensões de viúvas, viúvos, filhos e filhas de militares (que recebem pensões vitalícias até se casarem), somam R$ 21,2 bilhões por ano, sendo que somente R$ 3,2 bilhões são cobertos pelas contribuições.

A benevolência do governo Bolsonaro com os militares, assim como políticos e juízes, só mostra como seu alvo não são os privilégios, mas sim os direitos dos trabalhadores e do povo pobre, para aumentar os lucros dos empresários e poupar dinheiro do estado para seguir pagando a infinita dívida pública que via direto para as mãos de banqueiros e especuladores estrangeiros e nacionais.

Enquanto a população sofre com salários e aposentadorias que já são miseráveis, os militares de alto escalão chegam a receber dezenas de milhares de reais, e terminam suas carreiras com altas aposentadorias. A média do valor das aposentadorias do INSS é de R$1.800, enquanto a dos militares é de R$13.700.

É preciso barrar qualquer Reforma da Previdência de Bolsonaro, e para isso é necessário construir uma grande mobilização da classe trabalhadora, rompendo a trégua criminosa que as centrais sindicais como a CUT e a CTB vêm dando ao governo Bolsonaro e organizar nos locais de trabalho assembleias que votem um plano de luta contra a Reforma da Previdência e as privatizações.

Para que o orçamento do país sirva aos trabalhadores e ao povo é preciso acabar também com os privilégios de juízes e políticos. Que todos recebam o mesmo salário que uma professora, e sejam eleitos e revogáveis. Também é necessário lutar contra as isenções fiscais das grandes empresas e pelo não pagamento da dívida pública, que rouba o dinheiro do país e nunca acaba de ser paga e é a justificativa para ataques como a Reforma da Previdência e privatizações como a da Petrobras. Isso permitiria não só não piorar o regime da previdência como garantir uma previdência digna para toda população.




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